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Cascais vai captar mais energia limpa
Permitir às famílias em situação mais carenciada, ou em situação de pobreza energética “beneficiar de energia limpa mais barata”. É este o objetivo do projeto “Comunidades Inclusivas”, apresentado hoje no Auditório da Casa das História Paula Rego, em Cascais, pela Energia Unida “GreennVolt” e que conta com o apoio da Câmara Municipal de Cascais e a parceria da Santa Casa da Misericórdia de Cascais.
Como se atinge este objetivo? “Não existe magia, vamos trabalhar em colaboração com o setor social e com a Câmara Municipal de Cascais e outros intervenientes da sociedade para encontrarmos localizações onde possamos produzir essa energia limpa, aproveitando aquilo que já temos: painéis solares nos telhados e em parques de estacionamento, portanto com um impacto ambiental muito reduzido e perto dos pontos de consumo”, referiu José Queiroz de Almeida, CEO da Energia Unida “GreennVolt”.
O primeiro teste da “Comunidades Inclusivas” arranca na Creche de Bicesse, gerida pela Santa Casa da Misericórdia de Cascais, que se torna, assim, na primeira entidade social de Cascais a testar este modelo inclusivo de “Comunidades de Energia”. A energia gerada pelos painéis que agora começam a ser instalados, vai não só permitir baixar custos com energia, mas aportar conforto térmico aos seus utentes e ajudar Cascais a caminhar para a neutralidade carbónica. Depois, o objetivo é partilhar a energia excedente com os vizinhos mais próximos, num modelo verdadeiramente inclusivo.
Parabenizando a Misericórdia de Cascais, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, que hoje esteve presente, garante que esta entidade “faz a diferença”, não só pela inovação ao aderir a este projeto, mas também pela partilha da energia solar.
Carlos Carreiras, lembrou que Cascais quer “reforçar algo que é absolutamente necessário que é a captação de energia”. Aliás, Cascais já tem em curso uma outra comunidade energética, assente no projeto SmartPole da Nova SBE, capaz de produzir cerca de 500hWh para consumo de energia no campus de Carcavelos. “Queremos alargar isto a todo o território, a todas as instituições, inclusivamente ao setor privado”. Isto porque, como reforçou Carlos Carreiras esta tarde, “o mais importante é colocar no mais curto espaço de tempo, na maior parte do território possível, esta capacidade de captar e produzir energia e fornecer à comunidade circundante (até dois quilómetros), esta energia”. Uma oportunidade para descarbonizar o território e ter energia a custos mais baixos.
Outros dos projetos já em curso no concelho e que fomentam a inovação tecnológica são os Data Cellar, Communitas e Re-Value. Financiados pelo programa Horizonte 2020 têm um orçamento global de cerca de 28 milhões de euros e visam articular todos os agentes do sector energético e as famílias de Cascais para vencer as barreiras de mercado que estão a atrasar a adoção de soluções para a produção de energia solar. Permitem ainda partilhar com todos informação sobre o padrão de consumo energético para identificar as melhores soluções e o retorno de investimento.
Cascais está assim aliada às famílias, aos investidores, ao governo central e à própria Comissão Europeia, para liderar a inovação que nos ajudará rumo à neutralidade carbónica, bem como ao aproveitamento de um dos mais abundantes recursos naturais de toda a nossa história: o sol!
CMC/FH/FMC/LB/CB