Moldura de prata com fotografia autografada da Rainha D. Amélia e a data de 24 de abril de 1892.
Com cerca de 19 cm de altura por 13 cm de largura, esta moldura de desenho do “neo-rococó” foi produzida pelos ourives da Casa Leitão & Irmão especificamente para enquadrar uma série especial de fotografias da Rainha D. Amélia, autografadas e datadas de 1892, captadas pelo fotógrafo da Casa Real, Augusto Bobone.
Esta peça é a 26º moldura de uma série limitada de ofertas que a Rainha D. Amélia concedeu a individualidades que prestaram apoio a um evento de caridade, presidido pela monarca, promovido no «Hippodromo de Belem» em «beneficio das familias das victimas dos últimos desastres» no dia 24 de abril de 1892.
Produzida em prata cinzelada, de elaborado desenho “neo-rococó”, nesta moldura destacam-se a rosa, que coroa o lado esquerdo, e, na diagonal oposta, o brasão de armas da rainha, aposto ao ballon, num escudo partido das Casas de Bragança e de Orleães. A unir estes dois elementos desenrola-se uma fita, que, saindo do laço que segura a rosa, envolve a moldura em enrolamentos sucessivos, fixando-se num alfinete que aparenta segurar o brasão e o listel cronografado, antes de se desenrolar livremente numa extremidade bifurcada.
Os elementos de prata da moldura apresentam a marca do fabricante «LEITÃO&I/LISBOA», com o respetivo contraste composto pela figura feminina de uma esfinge a encimar a letra “L”, adotada pela Casa Leitão & Irmão, a partir de 1887, e da qual ainda hoje se faz uso, e pela marca de contraste de garantia, de perímetro irregular com cabeça de javali voltada para a esquerda, a encimar um «II» em numeração romana, utilizada para prata do toque de 0.833 na Contrastaria de Lisboa, entre 1886 e 1938, nos objetos de pequena dimensão.
A fotografia retrata Maria Amélia Luísa Helena de Orleães (Twickenham, 28/09/1865 — Le Chesnay, 25/10/1951) enquanto titular de «Sua Majestade a Rainha» (1889-1908), ostentando no peito a insígnia da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e uma belíssima peça de joalharia, encastoada de pedras preciosas, no pescoço. Trata-se de uma prova de albumina aplicada sobre cartão, com 107 mm de largura, para uma altura ligeiramente superior a 145 mm, produzida pelo Atelier de Augusto Bobone. O cartão, de arestas biseladas e douradas, conserva impressos no seu verso, com a mesma tinta dourada, os dados respeitantes a este reconhecido fotógrafo das Casas Reais de Portugal e Espanha: assinatura; morada; medalhas ganhas em concursos; e o título «Photographia da Casa Real».
O vidro tem aproximadamente 10 mm de espessura, foi cortado para ser conformado à moldura, com as arestas biseladas a esmeril. A madeira de tamponamento no tardoz é muito fina, cerca de 5 mm, lacada de preto na face exterior, com a peça de suporte embutida.
Esta belíssima peça acompanhava uma carta enviada pelo veador de serviço, António de Vasconcelos e Sousa, a 4 de agosto de 1892, em nome da Rainha D. Amélia, em sinal de agradecimento pelo apoio prestado no evento de caridade do Hipódromo de Belém. Tanto a carta como a moldura integravam os objetos e documentos pessoais do General Jacinto Parreira, cujo espólio incorporou as coleções do Arquivo Histórico Municipal de Cascais.
Esta peça pode ser apreciada no Museu da Vila. Saiba mais sobre este museu AQUI.