Está aqui
Mercado de Cascais: passado, presente e futuro em livro
Renovado e com novas valências, o Mercado da Vila tem novos atrativos para uma visita diária. Além de comprar peixe fresco, legumes, frutas e flores diariamente das 8h00 às 14h00, dos mercados saloio, ao sábado, e de levante (roupas), às quartas-feiras, e dos mercados temáticos de periodicidade mensal, este é o espaço para fazer uma refeição, tomar um café ou chocolate, comer pão com chouriço e muito mais. E se nos últimos três anos foram criados 80 novos postos de trabalho fruto do investimento de privados, há 63 anos de história para contar agora vertidos em livro.
“Este é um livro de histórias vivas”, começou por referir João Miguel Henriques, chefe da Divisão de Arquivos da Câmara Municipal de Cascais, na apresentação da obra “História(s) do(s) Mercado(s) de Cascais” que, além da edição impressa, integra agora a Coleção de Memórias Digitais da autarquia. Ao longo de 96 páginas o livro constitui um verdadeiro repositório de fotografias e documentos que contam a história dos vários mercados que existiram em Cascais, integrando um conjunto de testemunhos vivos e ainda referência aos melhoramentos realizados, sobretudo nos últimos três anos.
Usando como palco o próprio mercado, renovado e com novas valências, a apresentação da obra foi conduzida por Cristina Carvalho, docente na Escola Superior de Hotelaria e Turismo, que evocou Simão Aranha, eternizado na escrita como Pedro Falcão, o qual referindo-se ao Mercado de Cascais na sua obra “Cascais Menino” dizia: “da praia ao mercado era só atravessar a rua (…) todas as novidades da terra era ali que se sabiam”.
Destacando o facto de o mercado de Cascais constituir, hoje tal como no passado, “um microcosmos da realidade sociocultural cascalense”, Cristina Carvalho salientou, entre outros apontamentos sobre a vida dos mercados de Cascais, o elogio tecido por uma jornalista inglesa sobre as mulheres que em Cascais apregoavam víveres nos anos 30: “são das mais belas mulheres a nível rural”.
Perante uma audiência composta em grande parte por comerciantes que fazem do próprio mercado a sua segunda casa há muitas décadas - incluindo Maria da Conceição Parracho ali presente desde 1952 - a docente salientou que “o mercado teve de se adaptar para responder à concorrência de outros espaços criados a partir dos anos 90” e “hoje oferece-nos também um verdadeiro pavilhão multiusos que permite também a realização de diversos eventos”, referiu Cristina Carvalho.
E foi precisamente a adaptação mais recente que dominou a parte restante da sessão com Fernando Ferreira Marques, administrador da DNA Comércio, e responsável pela condução dos trabalhos a aproveitar para agradecer a todos quantos tornaram possível o novo rosto do Mercado da Vila: “Aquilo que fizemos em conjunto foi uma grande transformação. Tornámos este espaço num grande mercado abastecedor de produtos frescos, o que para nós é um património inestimável”, referiu.
“Este foi um espaço que marcou e continua a marcar Cascais do ponto de vista económico e social”, afirmou Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, para quem a apresentação do livro e das novas valências do Mercado da Vila foi “um dos maiores momentos enquanto presidente de Câmara”. “Estão aqui vidas inteiras (…) a perspetiva histórica, às vezes, faz-nos esquecer a razão das coisas: se não for a vontade de cada um, as paredes que constituem este edifício não valem a pena”.
Assumindo que “as obras decorreram com muitos incómodos porque a atividade do mercado nunca parou”, o presidente da autarquia destacou o facto de, com os melhoramentos introduzidos, já ter sido possível criar 80 postos de trabalho. Um esforço fruto, em grande parte do “investimento dos privados que arriscaram connosco na requalificação do Mercado da Vila. Estou certo que iremos conseguir ainda resultados melhores no presente e no futuro abastecendo o centro de Cascais e tornando-o ainda mais atrativo”.
Mercados temáticos
Os mercados temáticos de periodicidade mensal são outro atrativo que a cada mês renovam a vontade de voltar, chocolate, doçaria conventual, vinho, sardinhas, cerveja, queijos e enchidos, castanhas e mel fazem as delícias dos apreciadores. Mas, o Mercado da Vila é hoje, um espaço para fazer uma refeição de marisco, pizza, petiscos tipicamente portugueses, leitão ou petiscos de bacalhau, saladas, hambúrgueres ou rosbife ou simplesmente tomar um café, beber um copo de vinho ou um gin.