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Odete Morgado

O papel de animadora cultural assenta na perfeição a Maria Odete Morgado, um nome que se mistura com o reconhecimento que lhe é devido. Fundadora do Grupo Coral Infantil de Carcavelos, presidente da Sociedade Musical e Recreativa de Carcavelos e organizadora do Festival Clave de Prata, desdobra-se, há muitos anos, por várias actividades ao serviço do concelho.
Chegou cá, com 19 anos, para leccionar na Escola primária nº1 e rapidamente cruzou o seu percurso com a da Sociedade Musical e Recreativa de Carcavelos. Num regime completamente voluntário, foi uma das grandes catalisadoras para manter as portas da sociedade abertas e a própria reformulação do espaço. “Foi como essoa da terra que me cruzei com a sociedade numa procissão de Nossa Senhora dos Remédios, a última que se fez… há uns cinquenta anos. A partir daí comecei a frequentar a sociedade, a assistir à banda, a falar com as pessoas. Tinha uma grande amizade com o Senhor Vítor Damião, que era a pessoa que estava sozinho na comissão da Sociedade. Quando soube que não tinham pessoas para a direcção, nem meios para continuar, ofereci-me para o ajudar.
A minha relação com a Sociedade já vem de há quarenta anos, e como directora, há 14 anos”.
Para a professora de música, que continua a providenciar apoio escolar a alunos do 5º e 6º anos, a vocação pelas actividades para jovens é algo inato. Tão inato que a mantém “ocupada” e de sorriso em riste, há muitos anos. No exercício das suas múltiplas funções, viu, no ano de 1998, o seu trabalho ser distinguido com a Medalha de Mérito Municipal.
Aos 74 anos, Maria Odete Morgado insiste na importância da Educação Musical no crescimento dos jovens. “Abre caminhos que são os alicerces para várias coisas. A maior parte das crianças que frequentam a colectividade fazem-no por causa da Escola de Música. A música é a coisa mais bonita que temos. Mesmo aquela que achamos maçadora, também é música e muito importante.”
Nas suas palavras, o futuro não reserva grandes surpresas. O seu compromisso com o concelho rima com a longevidade do seu percurso e pouco mais importa.
De caminho, realça o sabor a missão cumprida. “Para ser muito, muito sincera, nunca estou realizada com as coisas que vou organizando e fazendo. Isto pela situação que atravessamos, pelos meios que temos. Sei que não podemos ter mais, tenho essa consciência. Queremos sempre fazer mais e melhor. Penso que nesta freguesia o balanço é positivo.”
(Perfil do Munícipe in C - Boletim Municipal, nº2, Setembro 2011)