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Lázlo Cebrian

«Era criança quando, em 1954, vim com a minha família para o Estoril. Fugimos da Hungria porque o meu pai foi condenado à morte pelos comunistas e, com a minha mãe, decidiram permanecer na Europa, no lugar mais distante das fronteiras russas. Estudei e trabalhei lá fora, estive em Angola e planeei viver em África, porque ambicionava trabalhar a terra mas, na altura do 25 de abril, roubaram-me tudo e tive que regressar, em 1975. Porque permaneci cá? Porque o clima, a gastronomia e a localização são fantásticos. Inicialmente fascinou-me o micro clima. Este é, sem dúvida, um local muito agradável de viver porque tem o mar de um lado, a serra do outro, fica perto da capital e do aeroporto internacional. Aqui existe tudo o que uma pessoa procura: cultura, lazer, gastronomia… E é isso que aconselho aos meus compatriotas: têm que experimentar a comida tradicional portuguesa, essencialmente o peixe, pois não há igual. Aconselho também a volta Estoril – Sintra – Lisboa, o museu Paula Rego e o Guincho. A imagem que levam daqui é muito positiva. Consideram que somos privilegiados, porque vivemos com qualidade de vida, num sítio pacato, onde existe bom clima, bom mar, bons restaurantes e acesso rápido à capital. Se mudava alguma coisa? Bem, criticar é muito fácil…Toda a construção ilegal pós 25 de Abril devia ter merecido mais atenção. Depois, existem coisas essenciais a fazer: [manter] toda zona histórica, preservar as zonas verdes, manter o traçado e não ultrapassar um certo número de habitantes de forma a manter a qualidade de vida. Mas, efetivamente, Cascais é… nagyon szép maravilhoso]!»