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Júlio Marques
Não se considera, apesar de tudo, uma pessoa feliz. Diz-se, antes, “minimamente feliz”, porque ama e sente-se amado, mas enquanto houver alguém, perto ou longe, que passa por dificuldades não se sentirá completamente feliz. O “tiro no escuro” dado, entre outras pessoas, com Lurdes Rocha Viera há mais de 20 anos, para intervir na área da Deficiência em Cascais é hoje um sonho tornado realidade. Falta ainda fazer muita coisa, mas é certo que têm trabalhado com e para as pessoas, tornando-as mais felizes e autónomas, apesar de contrariedades várias. “Fomos concretizando devagarinho, mas é preciso tempo para que as pessoas possam atingir os seus objetivos e este tempo não é igual para todos”.
Gosta de ouvir as pessoas e colocar-se no seu lugar e sentir como é ter um peso, uma idade ou um tom de pele diferentes, ou uma deficiência. “Se todos nós soubéssemos colocar-nos no lugar dos outros e dar-lhes a importância que eles têm, se calhar não havia tanta gente a passar por tantas dificuldades. É tempo das pessoas pararem, escutarem e olharem-se. Onde procurarem a diferença, encontrarão a igualdade”. Admite que o respeito e a sensibilidade para com os outros são a sua pedra de toque e aprecia particularmente os projetos que plantam essas sementes entre crianças e jovens que, assim, crescem de forma mais equilibrada. Ainda assim, “todos os projetos são parte de um mesmo sonho”, afirma concretizando: “Um dos meus sonhos era ganhar um euromilhões chorudo para poder realizar sonhos de outras pessoas!”