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Joaquim Fernandes
Joaquim Fernandes vive e trabalha há mais de duas décadas em Cascais. Licenciado em Sociologia pelo ISCSP, pós-graduado em Estatística, está em fase de conclusão do mestrado de Estudos Regionais e Autárquicos. Lisboeta de Santa Justa, neto de pastores da Beira, criado nos Olivais Sul, é o homem da Estatística na Câmara Municipal de Cascais (CMC). Tem
orgulho nas suas raízes, no facto de ter sido trabalhador-estudante e sublinha que a sua origem ‘pobre’ o faz conseguir hoje realizar coisas sem se “pôr em bicos de pés”, motivar e mobilizar equipas. “As pessoas queixam-se sempre (da falta) dos meios, mas um chefe de equipa é tanto melhor quanto consegue concretizar sem muito dinheiro. E dá-me gozo
conseguir pôr a funcionar pessoas que ninguém punha, enfim, puxar pelas pessoas”.
A sua evolução na carreira de funcionário autárquico “tem sido natural” e em sintonia com a valorização da sua formação técnica e académica. Começou como 3º oficial administrativo e hoje é chefe da Divisão de Estatística, onde lidera uma equipa de seis pessoas. O seu foco é a melhoria da qualidade da informação produzida nos vários departamentos
camarários, mas também fornecer dados estatísticos em resposta a pedidos do executivo autárquico, da assembleia municipal, dos vários departamentos autárquicos mas também aos que chegam de particulares – como as consultoras imobiliárias.
Na CMC, o departamento de Urbanismo é provavelmente aquele que mais interage com a divisão de Estatística,pois sendo a “área que faz mais modificações no território, produz dados sobre novos fogos e novos alojamentos. Joaquim Fernandes defende que “antes de ser licenciado algo de novo, deveria existir uma caracterização prévia do ponto de vista demográfico e do ponto de vista dos equipamentos. “Preocupa-me - refere o responsável pela Divisão de Estatística - o ‘what’s this’ e não o ‘what it should be’. Os números são… o que são!”
Gostaria, eventualmente, que a sua função fosse menos reactiva. O impacto dos grandes eventos em que Cascais é anfitriã não tem sido medido com rigor, “tudo o que temos são estimativas”. Ora, medir o ROI (return on investment) dessas iniciativas seria certamente importante para o município, embora ele próprio reconheça que dificilmente o seu
departamento “teria capacidade de resposta”. O princípio que defende é simples e de estrito bom senso: “quanto melhor for medida a informação, tanto uma decisão é mais bem tomada, envolvendo menos risco de erro e menos custos”.
Os Censos 2011 foram um dos mais importantes projectos que liderou, gerindo cerca de 400 pessoas e seus humores - já tinha trabalhado nos Censos de 1991 e 2001. Trabalhou também no PDM – Plano Director Municipal, de 1992 a 1997. Recentemente, participou na Convenção dos Colaboradores do município, iniciativa que considera muito importante para “tirar as pessoas dos gabinetes e fazê-las darem as suas ideias: [a Convenção] tirou os esqueletos dos armários”.
Para a Câmara de Cascais, onde conheceu vários presidentes “cada um com o seu estilo, mais virado para o exterior ou mais de gabinete”, Joaquim Fernandes parece só ter palavras de gratidão: “A CMC trata bem os seus funcionários. Afirmo-o porque conheço outras autarquias. É preciso percebermos que isto é uma partilha, damos e recebemos. Há colegas
que não dão o devido valor…”.
O seu objectivo, como colaborador do município, esse, permanece inalterado: “ir ao encontro da missão da CMC, promovendo a melhoria da qualidade da informação estatística produzida no município, na nomenclatura e segundo as normas do Instituto Nacional de Estatística/INE”.
(Perfil do Colaborador, in C - Boletim Municipal, Agosto de 2011)