Está aqui
João Paulo Silva
A completar 48 anos de idade, já experimentou diferentes áreas profissionais. Foi servente de pedreiro, mecânico de automóveis, eletricista. Também podia ter sido bombeiro, o seu sonho de criança. Os pais e avós paternos de Paulo, oriundos da Ericeira dedicavam-se à apanha de marisco e precisavam de mais “braços” para os ajudar no ganha-pão de todos os dias. E foi assim que a mãe o começou a levar todas as manhãs para as praias de Cascais, principalmente, para as da zona do Guincho, para trabalhar na apanha de marisco. Enquanto era muito pequeno, deixava-o à guarda dos banheiros e faroleiros amigos, mas não demorou muito para que Paulo começasse a ajudar a família na apanha de bivalves, o seu primeiro trabalho que todos os dias o levava a entrar no mar. “Não tive tempo para ter uma infância como as outras crianças porque precisei de ajudar a minha família”, conta.
“Não tive tempo para ter uma infância como as outras crianças porque precisei de ajudar a minha família”
Na adolescência, concorreu a alguns castings para figurante, mas quando lhe disseram que precisava de fazer um booking, desistiu por não poder pagar esse investimento. Jogou futebol, praticou musculação e kickboxing.
Paulo sente-se mesmo um “homem dos sete ofícios”, e de facto talentos profissionais não lhe faltam. Quase sempre, quando precisa de fazer algum arranjo na sua casa que tenha a ver com trabalho de pedreiro e eletricista, não precisa de contratar ninguém. Estas são tarefas que só desempenha para uso pessoal, mas como jardineiro tem consciência que pode trabalhar em qualquer lugar.
Boletim "C" nº 62 | 19 de outubro de 2015