Maio é o mês em que Cascais celebra o Jazz com o internacionalmente famoso, Estoril Jazz, que há décadas traz a excelência, deste género musical, de fortes raízes americanas ao concelho. Evento que foi convidado a participar nas comemorações do 3º Dia Internacional do Jazz, comemorado a 30 de abril. Um forte pretexto para trazermos até si uma das novas revelações do panorama musical português, Joana Espadinha.
Um talento musical aliado ao talento para a escrita, uma outra paixão. A cantautora, com um estilo peculiar, está prestes a lançar o seu primeiro disco que mistura Jazz com o Pop, Rock e Folk. Joana estudou Direito em Lisboa, Jazz em Amesterdão e promete fazer a diferença com as suas canções.
A música floresceu na sua vida de forma casual, influenciada muito embora pelo cante alentejano, de raízes familiares, e também por vários estilos musicais - da música popular, ao pop, à música brasileira - e por cantautores de referência como: Jorge Palma, Zeca Afonso, Fausto, José Mário Branco ou os mais novos JP Simões e Manuel Cruz.
Joana fez os estudos em Cascais e seguiu para Lisboa como era sua intenção. Como não é pessoa de perder tempo, estudou Jazz, no Hot Club de Portugal, a par do curso de Direito, na Universidade Nova de Lisboa. Não satisfeita, quando finalizou, embarcou numa viagem de 4 anos, com destino ao conservatório de Amesterdão. Imparável, repartiu o seu tempo entre o estudo e o trabalho no ramo da restauração e revela: “A minha ligação à música e a ida para Amesterdão foi algo inconsequente. Mas, depressa percebi que era isso que queria fazer na vida. Teria sido uma jurista medíocre”, admite.
A “passagem” por Amesterdão ajudou a fortalecer os conhecimentos musicais adquiridos em Lisboa e fê-la lançar-se em vários projetos, para além de lhe dar a perceber a qualidade musical em terras de Portugal. “Estar no estrangeiro ajudou-me a perceber a forte identidade que temos. Os portugueses eram sempre os mais criativos. Podiam não ser tecnicamente melhores mas eram, sem dúvida, os mais maduros.”
A par da música, Joana constrói o seu caminho na área académica. Hot Club Portugal, Universidade de Évora e Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa fazem parte do seu currículo, como professora de jazz.
Aos 30 anos, Joana Espadinha está prestes a lançar, em junho, o seu primeiro disco intitulado “Avesso”. Distribuído pela Sony Music, conta com um ano de preparação: “Um primeiro disco é sempre um parto difícil mas considero que as coisas precisam do seu tempo e sobretudo da nossa entrega. Estou muito contente com o resultado!”
O disco apresenta com canções escritas por Joana. Um dom natural e uma paixão que não a detém. A experiência condensada como cantora e letrista em vários projetos fizeram-na reunir os vários amigos que foi conhecendo ao longo do tempo e que integram agora o grupo de músicos que participam no disco: Júlio Resende (piano), João Firmino (guitarra), Francisco Brito (contrabaixo), Luís Candeias (bateria) e ainda outros elementos convidados.
A cantautora aguarda com entusiamo a saída do seu primeiro trabalho e as digressões que ambiciona fazer, onde Cascais tem lugar privilegiado: “Qualquer artista quer cantar para o público. Ficar em casa com as canções não serve para nada. Quero encontrar o meu público e atuar nas Festas do Mar seria uma excelente oportunidade”, acrescenta sorridente.
Fascinada pelo concelho, onde sempre viveu e do qual guarda boas recordações como a Praia da Rainha, o Guincho, o Parque Marechal Carmona, a Praça de Touros ou os sabores dos gelados Santini, deixa-se fascinar também por um dos melhores eventos de Jazz nacional que se realizada no concelho de Cascais - o Estoril Jazz. Um evento que reúne artistas nacionais e internacionais e que é, sem dúvida, um dos melhores festivais do país a par de outras grandes referências como a Festa do Jazz, do Teatro S.Luiz, em Lisboa, ou Cool Jazz Fest.
É da música e para a música que pretende continuar a viver. Influenciada por artistas de diferentes géneros musicais, de momentos únicos que a inspiram, da vivência no estrangeiro e de temas que a obrigam a sentar-se e a compor, imparavelmente. Porque a música é, para Joana, muito mais do que meras notas, meros sons. Porque, como a própria afirma: “Toda a música é boa, se for genuína. Ela enriquece-nos.”
É também assim, na esperança de nos surpreender com boa música, que aguardamos pela nova e enriquecedora sonoridade da jovem Joana Espadinha.