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Germano de Sousa
"Desde Abril de 74 que participo activamente na vida autárquica de Cascais e tenho sido testemunha do modo admirável como se desenvolveu e expandiu de a vida cultural da nossa Vila.
Para esta “movida” muito contribuiu a Fundação D. Luís I que sob a direcção esclarecida do Professor Salvato Telo de Menezes e o apoio empenhado da Câmara tem sido o veículo privilegiado da política cultural do município. Com inteligência, gosto e qualidade tem sabido utilizar o espaço museológico que tem a feliz designação de Bairro dos Museus para levar a efeito eventos que aproveitam habilmente as características de cada um dos museus que o integra. As exposições de pintura e fotografia que constantemente são levadas a efeito no Centro Cultural de Cascais, entre as quais a recente mostra de pintura e escultura das reservas do Museu Grão Vasco, a Exposição Sam Shaw: 60 Anos de Fotografias nos finais de 2015 ou o notável ciclo de cinema sobre o fim da II Guerra Mundial que teve lugar no Espaço Memória dos Exílios, etc, são exemplos significativos do que afirmo. No Auditório do Centro tem também lugar a música clássica. Aí actua regularmente o Moscow Piano Quartet, quarteto residente do município de Cascais. De realçar no Bairro a Casa das Histórias de Paula Rego, que merece um destaque especial não apenas pelo acervo de obras da pintora que expõe mas também pelo edifício projectado pelo Arquitecto Souto Moura que é um exemplo da melhor arquitectura moderna portuguesa. Aí se celebrou em Outubro de 2015 Orson Welles e a sua obra, aí se celebraram 40 anos de democracia, aí se fizeram as Conversas da República.
Cascais, este antigo burgo piscatório, esta Vila de pescadores que por obra e graça do Rei D. Luís e da sua corte viria a adquirir tonalidades aristocráticas que a transformaram gradualmente em Vila de Reis, iniciando aí o cosmopolitismo que hoje todos lhe reconhecem, tem actualmente uma vida cultural tão intensa que bem podia merecer o ápodo de Vila da Cultura".