Está aqui
Ana Bela Teixeira

Mas vida de Ana Bela Teixeira é mais do que isto. É um misto de cor, que encontrou nas várias formas da arte, uma maneira de comunicar e de contar histórias.
Ana Bela Teixeira é filha de Bucelas, que a acolhe em Agosto de 1956. Com uma infância marcada pelo quotidiano numa quinta “lindíssima”, como a própria adjetiva, e que influenciará muito a sua forma de estar na vida. Mas as influências também foram as pessoas e em especial uma tia-avó galega que lhe conta horas e horas de contos “fantásticos e misteriosos”.
Com 10 anos, uma caixa de lápis com muitas cores marca-lhe o destino - ser pintora. Desenha as recordações de infância, as histórias da quinta e dos animais e desta forma faz rir os colegas. E assim contínua, numa forma amadora, a desenhar e a pintar.
Aos 20 anos, e apesar de uma enorme vontade de ser professora primária, inicia a sua atividade como auxiliar de arquivo e de consulta em Lisboa. O seu percurso inclui ainda funções como escriturária dactilografa. Em 1977, com 21 anos, casa e vem viver para Cascais, fazendo o trajeto diário até Lisboa.
Em 1990, consegue a transferência para os SMAS de Cascais e tem no filho, então com sete anos e a quem se dedica, a sua grande prioridade. Talvez por isso, fique pelo caminho a paixão pela cerâmica e azulejaria, que descobre num curso que tirou no IADE entre 1978/81.
Com o crescimento do filho, Ana Bela procura outras formas de se expressar. O seu portefólio inclui uma passagem pelos trabalhos com flores secas e trabalha arduamente, durante um ano, em encomendas que executava à noite, depois do trabalho.
Até que em 1997, e após aprender pintura a óleo e acrílico, reencontra o seu sonho. Começa a participar em diversas exposições e concursos. O prémio da 1ª edição “Criação Artística Carlos Bonvalot”, organizado pela Câmara de Cascais, em 2000, é o que recorda com mais entusiamo.
Já depois de ingressar na Câmara, em 2005 quer saber mais, estudar mais e corre atrás de outro sonho, que conclui em 2009, na Universidade Lusíada de Lisboa – a Psicologia. Exerce ainda durante mais um ano, no terreno, junto das populações mais carenciadas. E aqui, muito graças ao que encontra, deixa de pintar, “porque a vida é muito difícil”, defende. Volta novamente como assistente técnica, onde permanece até hoje. Mas não deixou de ajudar os outros. É voluntária da Câmara, porque “quero e preciso de contribuir para um mundo mais justo e feliz. Quem sabe colorindo todas as paredes cinzentas”, justifica.
Para um futuro que se adivinha próximo, espera poder aproveitar a “sua casinha de campo” em Cezaredas, Lourinhã, para onde corre à sexta-feira, com o marido, já reformado. É onde tem as galinhas, o pomar e a horta, suas fontes de inspiração. Mas não lhe faltam outros projetos, que passam todos pela arte. Porque, como a própria afirma “é preciso ser feliz e amar.”