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Polícia Sinaleiro regressa a Cascais

Quem passe pelas principais artérias da vila de Cascais, é surpreendido por uma figura que muitos julgavam fazer parte da história da Polícia de Segurança Pública – o polícia sinaleiro. O progresso quase extinguiu a profissão, mas o Comando Distrital da PSP de Lisboa quer recuperar a tradição.

“Esta é uma forma de fomentar a proximidade e a confiança dos cidadãos com a Polícia, contribuindo para reforçar o sentimento de segurança dos munícipes e dos milhares de visitantes que acorrem à vila de Cascais”, referiu o Subintendente Reinaldo Santos, Comandante da Divisão Policial de Cascais.

Mas, quem é o polícia sinaleiro que os cascalenses e os turistas vão ver muitas vezes, quer a auxiliar os peões no atravessamento da rua, quer a regular o trânsito intenso que aflui ao centro da vila?

Marco Graça tem 43 anos e é licenciado em Ciências do Desporto. Há mais de 20 anos que faz parte da equipa da Divisão de Trânsito pelo que a adaptação às novas funções “até que foi fácil” devido à sua experiência. Para isso, respondeu ao convite e foi selecionado porque gosta “do contato com as pessoas e de comunicar”.

Já em ação, o Agente Graça não tem mãos a medir. Ora é uma senhora idosa com dificuldades de locomoção que lhe dá o braço para o agente a ajudar a atravessar a rua; Ora são alguns turistas surpresos que lhe pedem para tirar uma selfie; Ou, munícipes curiosos que metem conversa e querem saber se “é para ficar”. Entre fotografias e conversa, o polícia sinaleiro atenta o trânsito e vai fazendo os gestos típicos para carros e peões.

“Julguei que fosse para os apanhados”, confessou Mafalda, uma transeunte que confrontou mesmo o agente sobre essa hipótese. “Achei mesmo porque o agente estava com capacete e tal, mas agora já percebi que não é”. A surpresa transformou-se em confiança, como a própria Mafalda reconhece: “agora está bem mais seguro com as pessoas a passar”. E calha bem porque, na opinião desta cascalense “esta passadeira é bem perigosa”.

Marco sabe que ao assumir este cargo passa a estar no centro das atenções. Daí que a capacidade de gerir a relação com os outros fosse um dos critérios para a escolha do agente. 

Mas, é a constante exposição que o agente aponta como uma das principais dificuldades das suas novas funções. Com um sorriso tímido o polícia sinaleiro de Cascais confessa: “ Sinto-me quase como uma vedeta e não é fácil”.

Após ser selecionado, Marco Graça teve 15 dias com os colegas que exercem estas funções na zona de Belém para receber formação. “Uma das coisas que eles me disseram foi que tenho de estar sempre impecável, a farda tem que estar sempre imaculada porque está em causa a nossa imagem e a da PSP”, afirmou ainda o agente que logo ali mostrou estra à altura do novo desafio. Os gestos com as mãos são rápidos e devidamente coordenados com o recurso ao apito, enquanto um grupo enorme de turistas de aproxima para atravessar uma rua com grande afluência de viaturas.

Regresso do passado

Na década de 70, foram mais de duas centenas, os polícias sinaleiros em ação na área metropolitana de Lisboa. Em Cascais, há cerca de 40 anos podíamos encontrar este agente especial no cruzamento do hipermercado Jumbo, uma das zonas de maior trafego na época. Depois vieram os semáforos e as rotundas, reduzindo cada vez mais o número de polícias sinaleiros no ativo. São hoje somente quatro na área da grande Lisboa, três dos quais atuam em Belém. Agora com o agente de Cascais passam a cinco, número que a Policia de Segurança Pública quer ver aumentar no futuro.

“ A PSP é uma instituição que se orgulha do seu passado e da sua história”, concluiu o subintendente Reinaldo Santos, acrescentando que “ hoje apesar das novas tecnologias e melhores equipamentos continua a ser preciso comunicar com a comunidade local e esta é uma boa forma de o fazer porque, antigamente, o polícia sinaleiro era uma figura muito querida da população”.

Que o digam os agentes Susana, Paixão e Domingues, a equipa que regula o trânsito na cidade de Lisboa e a que se junta agora o agente Graça que com eles aprendeu “os truques” de uma profissão estimada que se quer recuperar.  (PL)

Cascais Digital

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