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Nesta Páscoa mexilhão ficou a salvo, prevenção obteve resultados positivos
Este ano, a campanha de sensibilização “Na Páscoa, quem paga é o mexilhão”, promovida pela Câmara Municipal de Cascais, teve impactos positivos nos ecossistemas locais. Os dados recolhidos logo a seguir à campanha demonstram que o comprimento médio dos mexilhões é superior ao tamanho médio dos mexilhões analisados em igual período do ano passado. Ou seja, tanto os mariscadores profissionais como a população respeitaram os limites de captura estabelecidos por lei (apanha lúdica: dois kg de mexilhão por dia/pessoa, e 0,5 kg de perceves por dia/pessoa; apanha profissional: 150 kg de mexilhão/dia e 20 kg de perceves/dia, obrigatoriamente triados, sendo escolhidos os indivíduos maiores).
A campanha arrancou em março, quando o Departamento de Atividades Económicas da Câmara Municipal de Cascais enviou uma carta aos responsáveis dos estabelecimentos de restauração do concelho, alertando para os riscos do consumo de bivalves não depurados. Para além disso, a Polícia Marítima reforçou a fiscalização ao longo da costa, já que se tratou de um período de marés muito baixas.
O ponto alto da campanha foi a sexta-feira santa, 6 de abril: equipas de sensibilização - compostas por técnicos municipais, Polícia Marítima, Polícia Municipal e monitores - estiveram na Zona de Interesse Biofísico das Avencas, no Mexilhoeiro e no Cabo Raso (áreas onde normalmente grupos de pessoas reúnem-se para apanhar marisco) distribuindo folhetos, informando sobre as quantidades permitidas para captura e explicando os problemas provocados pela apanha desregrada dos bivalves.
Para além de ações de confirmação das licenças de pesca dos mariscadores profissionais, registou-se um auto, no Cabo Raso, onde um grupo de pessoas apanhou 11 kg de perceves. Após a identificação do caso, os cirrípedes foram devolvidos ao seu meio ambiente.
No futuro, e de forma a garantir o sucesso da iniciativa, a Polícia Marítima irá manter a fiscalização na costa durante os períodos de maré baixa, nomeadamente no próximo mês e nas marés baixas do equinócio de outono.
A captura massificada destes bivalves num curto período e em áreas centralizadas pode ter impactos negativos nos ecossistemas locais. Uma vez que são apanhados os indivíduos maiores, ou seja, em fase adulta, colocando-se em causa a reprodução normal das comunidades. Consequentemente ficam comprometidas outras espécies, já que os mexilhões e perceves fazem parte da cadeia alimentar de várias espécies marinhas.