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CE 2019 | Cerimónia de Abertura – Ninguém ficará para trás

Na nova casa, a Universidade Nova, mais precisamente no Campus de Carcavelos, as Conferências do Estoril, abriram com um desejo: “que ninguém fique para trás”.

Lembrando que as Conferências do Estoril “nasceram e cresceram em Cascais” Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais foi perentório: “as CE projetam aquilo que, em Cascais, achamos que Portugal pode ser e dar ao mundo (…) um espaço de liberdade, de debate e de mediação da nossa humanidade comum”.

Uma mensagem de confiança no futuro, espelhada num programa vasto que desafia cerca de 100 oradores a abordar quatro pilares fundamentais: direitos e deveres humanos, justiça climática, pobreza global, e tecnologia e desenvolvimento. “As Conferências do Estoril têm o nosso ADN de tolerância, pluralismo e diálogo franco”, sublinhou Carlos Carreiras, endereçando aos mais novos e a todos a responsabilidade de prosseguir com o trabalho realizado: “as Conferências já não são nossas há muito tempo. Elas são dos jovens e dos ativistas. Dos chefes de Estado e dos cientistas. Dos famosos e dos anónimos. Dos de esquerda e dos de direita. Dos do norte e do sul. Elas são do mundo”.

Uma visão holística que procura estabelecer pontes entre as mais diferentes áreas e povos, debates e políticas, mas cuja base, como defendeu Kolinda Grabar-Kitarović, Presidente da República da Croácia eleita em 2015 e Membro do Conselho Consultivo Internacional das Conferências do Estoril 2019 é a educação que considera ser “a arma mais importante contra os preconceitos”.

Usando o seu exemplo pessoal, enquanto filha de agricultores pouco instruídos que não se pouparam a esforços para educar a sua filha independentemente das questões de género, a presidente da Croácia, comparou as comunidades que relegam as mulheres para segundo plano a um organismo que dispensa 50% da sua potencialidade: “Imaginem-se a usar apenas parte do vosso corpo e atentar resolver problemas. Seguramente não conseguem obter as melhores soluções. O mesmo se passa com as sociedades. Podíamos ser tão melhores se alcançámos a igualdade de género”.

Na opinião da Chefe de Estado, uma das quatro mulheres em todo o mundo a exercer o mais alto cargo da nação, “a igualdade de género e o empoderamento das mulheres devem ser o argumento chave de todos os debates. Não podemos dispensar. Nenhum progresso pode ser alcançado sem ele”. Elogiando o debate levado a cabo com regularidade pelas CE, Kolinda Grabar-Kitarović reforço a necessidade de mudança: “Como líderes e seres humanos responsáveis temos de manter a nossa promessa de não deixar ninguém para trás. É preciso agir já”. Concordando que “há muito trabalho a ser feito”, Kolinda Grabar-Kitarović apelou às mães: “tomem cuidado na forma como educam os seus filhos, porque eles são os verdadeiros agentes de mudança”. E rematou com uma mensagem de esperança: “Juntos podemos dar a volta a este mundo”.

Presença habitual no arranque das Conferências do Estoril, que defeniu como “um encontro virado para o futuro”, Marcelo Rebelo de Sousa trocou elogios com Kolinda Grabar-Kitarović salientando o discurso esmagador, de alguém inteligente e brilhante: “Eu já sabia, mas agora milhares de pessoas sabem por que é que foi eleita presidente da República. Reconhecendo que as CE “são um desafio de valores, de futuro, um desafio virado para aquilo que é essencial na humanidade o que nos faz ouvir aqueles que aqui vem de todo o mundo”, o Chefe de Estado português reforçou afirmando que “esta conferência sobre a justiça no mundo e em cada um de nós coincide bem com o tempo que vivemos na Europa, mas passa por uma mudança dentro de nós próprios”. E aproveitou para lançar o desafio: “Só há triunfo da justiça se nós melhorarmos, tivermos humildade, soubermos aprender e recomeçar várias vezes ao longo da vida. Esse é o grande desafio, o dos valores”. Confiante no futuro da União Europeia, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que “não há mundo melhor sem Europa, sem justiça global” e que “a justiça global constrói-se a partir das justiças locais e nacionais”.

Tal construção implica, porém, “uma luta pela justiça, pela paz, pelos direitos humanos, pela democracia, pelo multilateralismo, pela abertura e pelo diálogo começa dentro de cada um dos nossos países” e “exige uma renovação, mais juventude, mais coragem, mais criatividade, mais imaginação e novas formas de pensar de viver e de decidir”.

“Construir o futuro”, na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, “é fazer o que fazem estas conferências e fazê-lo aqui, numa escola aberta à Europa e ao mundo com aqueles que são ainda mais portadores do futuro”.

Discurso de Abertura de Carlos Carreiras

 

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