Mediação Intercultural | “Em Cascais não há estrangeiros, há munícipes”

“Em Cascais não há estrangeiros, há munícipes”. A afirmação, de Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, espelha a preocupação do município na integração de quem procura no concelho novas oportunidades de vida, ou um local para tirar partido do trabalho de uma vida inteira.

A visão do Município é a de “olhar para as comunidades imigrantes e estrangeiras que residem em Cascais enquanto potencialidade de desenvolvimento e riqueza do município”, esclarece Frederico Pinho de Almeida, vereador na Câmara Municipal de Cascais, acrescentando que “a Câmara Municipal de Cascais tem vindo a inovar no âmbito das políticas de integração de imigrantes, tentando assegurar condições para que todas as pessoas se sintam de igual forma membros de uma comunidade, se sintam membros de um todo e que, acima de tudo, possam ser felizes”.

Promovida nas diversas áreas - cultural, social, educativa, judicial, da saúde – esta integração traduz-se, muitas vezes, no apoio da resolução de questões burocráticas ou linguístico-culturais. Para garantir tal apoio, a Câmara Municipal de Cascais avançou, em setembro de 2018, para a criação do Serviço de Mediação Municipal Intercultural (MMI) que hoje apresenta publicamente e que veio assegurar direitos e deveres dos residentes estrangeiros, facilitar o seu acesso aos serviços e promover uma interação positiva entre diferentes comunidades. O objetivo é fomentar a participação dos munícipes estrangeiros, sendo que o serviço acompanha atualmente 52 pessoas na sua maioria de nacionalidade brasileira e guineense.

E o resultado é positivo, a avaliar, por exemplo, pelo testemunho de um munícipe de origem guineense que já usufruíu deste serviço: “É a primeira vez que imigro. Venho de um país onde não existe este tipo de procedimento. Sem a equipa de mediação seria muito mais complicado tratar da legalização. Nunca fui tratar de algo assim e sozinho seria muito mais complicado. Eu tento expressar-me mas tenho dificuldade em construir um discurso mais elaborado e com o mediador que fala a minha língua, fica muito mais fácil. O apoio tem sido ao nível da legalização e acesso à educação.”

Diretamente, ou em conjunto com outros parceiros, este acompanhamento já ajudou a promover a articulação com 10 entidades e projetos de intervenção social, facilitando o acolhimento e integração de imigrantes, com particular enfoque na regularização da situação e permanência em Portugal, no acesso à saúde, educação e habitação, na mediação de diferentes serviços como embaixadas e consulados e na tradução e interpretação linguístico-cultural.