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I Encontro do Ensino Profissional

A manhã de dia 15 de março, em Cascais, foi marcada pelo I Encontro de Ensino Profissional realizado no auditório da Casa das Histórias Paula Rego. Com a presença de cerca de uma centena de pessoas, entre diretores de escolas, professores, pais, responsáveis de cursos profissionais e representantes de algumas entidades empregadoras, este encontro visou promover o debate em torno da oferta de Ensino Profissional, desmistificando alguns aspetos e valorizando o potencial desta formação específica.

Com uma taxa de empregabilidade acima da média, o Ensino Profissional é, muitas vezes, encarado como a última opção. Contrariar essa tendência e valorizar a oferta educativa, promovendo mais e melhor informação junto da comunidade são os objetivos da criação da rede de oferta lançada no âmbito do I Encontro de Ensino Profissional. Deste modo, o encontro foi o primeiro passo para criar no Concelho de Cascais uma rede articulada (em construção permanente) de cursos profissionais de qualidade, envolvendo escolas públicas e privadas e o Instituto de Emprego e Formação Profissional, integrando ainda no processo as entidades empregadoras dos vários setores de atividade, criando rotinas de cooperação e divulgação de práticas inovadoras.


Numa primeira análise, entre os participantes do encontro mostrou-se consensual a necessidade de desmistificar certos estigmas criados em torno deste ensino. Apesar de ser o que oferece mais emprego, segundo dados recolhidos num estudo realizado pela Câmara Municipal de Cascais e conduzido pela psicóloga Ana Gil, é o Ensino Profissional o menos escolhido pelos jovens que terminam o 9.º ano. Apenas 35 % dos jovens de Cascais que terminam o 9.º ano manifestam a intenção de prosseguir a via profissional do ensino, sendo que, em 2010/2011 apenas 19% confirmaram essa escolha. Carmen Mendes, psicóloga da Escola Secundária de Cascais, baseou-se na sua experiência profissional para defender que “é preciso promover um esforço concelhio para que a informação sobre o Ensino Profissional possa chegar com mais força a pais e jovens”.


Refira-se que, em Cascais, a oferta de cursos profissionais é bastante diversificada abrangendo áreas tão diversas como o apoio à infância, saúde, mecânica automóvel, técnicas de áudio, vídeo, informática, teatro, turismo, marketing e relações públicas, restauração e muitas outras, na maioria apresentando níveis de empregabilidade acima da média. Cursos que se pretende agora organizar em rede, estabelecendo parcerias entre as escolas, empresas e Câmara Municipal de Cascais de forma a potenciar a realização profissional dos jovens e a sua integração no mercado de trabalho.


De acordo com o Professor Catedrático Joaquim Azevedo, com uma experiência de 25 na área do ensino profissional é importante "encontrar saídas muito diversificadas e flexíveis para os jovens que terminam o 9.º ano, [que envolvam escolas públicas e privadas] e que sejam baseadas em cada vez maior autonomia das escolas". Contrariando de forma veemente a opinião de muitos para quem o Ensino Profissional é o último recurso, o professor é um dos defensores de uma nova visão desta oferta educativa: "A valorização do ensino profissional é muito importante. O ensino profissional não deve ser o caixote do lixo, deve ser uma escolha pela positiva”, sem pôr em causa o acesso futuro ao nível universitário.


Para Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, “é importante que o município, em conjunto com as academias do fazer e com as academias do saber, encontrar plataformas que nos permitam ser um elemento facilitador e indutor de uma oferta de futuro aos nossos jovens. Parte desse futuro está, certamente, no ensino profissional”.


O encontro contou ainda com a participação de Filipe de Botton, CEO da Logoplaste que defendeu junto dos presentes que "a escola deve ter uma atitude revolucionária com as empresas e, em vez de pedir apoio financeiro, deve propor associações para desenvolver projetos de futuro". Uma experiência com provas dadas no caso da Escola Matilde Rosa Araújo, em S. Domingos de Rana, cuja parceria com a ATEC – Academia de Formação da AutoEuropa, promove um dos cursos profissionais melhor sucedidos no concelho.


Na síntese dos trabalhos, Ana Clara Justino, vereadora com o pelouro da Educação na Câmara Municipal de Cascais mostrou-se satisfeita com os resultados obtidos: “essencial é ter uma formação válida, mesmo que não seja a última”, dado que, uma vez concluídos, os cursos profissionais dão acesso ao ensino superior. “O que é necessário é fazer-se um ponto de situação e, para isso, importa que todos tenhamos a mesma informação, pelo que vamos criar uma plataforma para refletirmos um pouco e perceber qual a melhor maneira de levar esta missão por diante”.


 

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