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Marta Dias de Oliveira
A capital britânica oferece-lhe um salário compatível com a sua formação superior em fisioterapia, melhores condições de trabalho, oportunidades de formação e independência financeira. Foram estas as razões que há 18 meses tornaram a sua partida para Londres, inadiável. “Tive muita sorte”. É assim que encara esta oportunidade de trabalho em Londres.
Depois de ter trabalhado durante alguns anos como fisioterapeuta em Portugal deparou-se com a realidade de que ter um curso superior e trabalho, não é sinónimo de independência financeira para muitos jovens. “Chegou a uma altura, aos 26 anos, queria ir fazer o mestrado, sair de casa dos meus pais e, mesmo estando a trabalhar a tempo inteiro, isso não era possível. Em Portugal, por causa da “crise” vivemos “sufocados” pela pressão do “se não aceitares este ordenado, alguém o fará!”, desabafa.
“Tive muita sorte”. É assim que fala desta oportunidade de trabalho no Reino Unido.
Já com uma entrevista de emprego marcada, chega a Londres, e à primeira tentativa arranja trabalho numa clínica privada. “Na área da saúde o trabalho dos portugueses é muito valorizado, não só pela formação profissional mas também pela forma atenciosa e paciente como lidam com os doentes”, acrescenta. Quando compara as suas experiências profissionais descreve-as como duas realidades muito diferentes. “Em Portugal existe uma ideia de dependência dos serviços de saúde. A realidade inglesa é mais direcionada para tornar o paciente autónomo na sua recuperação.”
Marta está também a fazer uma pós-graduação em “Saúde da Mulher” na universidade de Bradford. Pretende voltar a trabalhar na sua área em Portugal, mas para que esse objetivo se torne realidade, terá que haver mudanças, principalmente, na economia. De Cascais, sente saudades da família, dos amigos, do mar, do sol e dos sabores.