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Helena Bila
“Não podemos ficar indiferentes a quem vive no nosso prédio, na mesma rua ou bairro”.
Um dos seus melhores amigos perdeu a vida por ter adotado esses comportamentos aditivos. Helena Bila nasceu em 1970 e cresceu num bairro em que existia um índice elevado de consumo de drogas. Desde muito jovem que soube que queria exercer uma profissão em que lhe fosse dada a oportunidade de apoiar outras pessoas. Entrou como administrativa para a Divisão Social há 21 anos, licenciando-se mais tarde em psicopedagogia. Atualmente coordena um grupo concelhio que trabalha com casos de insalubridade habitacional e também integra o Grupo de Planeamento e Intervenção com as Pessoas Sem- -abrigo. Estes grupos de trabalho envolvem várias instituições e entidades locais. Tanto no caso dos sem – abrigo como nas situações de insalubridade habitacional, a maioria destas pessoas apresenta problemas de saúde mental.
“Precisamos de uma grande mudança a nível da estrutura e apoios na saúde mental, de mais respostas a este nível”.
O município de Cascais privilegia o acesso destas pessoas a resposta de alojamento permanente, mas “há quem opte por permanecer viver na rua”, conta. Estas pessoas precisam de um acompanhamento muito próximo das instituições. “Quem trabalha nestas áreas aprende a dar mais valor ao que tem. Há quem não tenha família, amigos, comida, sem água, luz. Não podemos ficar indiferente a quem vive no nosso prédio, na mesma rua ou bairro”. As instituições no concelho de Cascais garantem respostas para muitas destas situações, mas Helena Bila diz que “Precisamos de uma grande mudança a nível da estrutura e apoios na saúde mental, de mais respostas a este nível para evitar que estas pessoas atinjam um estado sem retorno”.
Jornal C nº 64 | 18 de dezembro de 2015