O Município de Cascais e a Nova School of Business and Economics realizaram, pelo segundo ano consecutivo, a Academia de Cidadania Inteligente, um espaço de reflexão, debate e cocriação sobre formas mais intensas de viver a democracia e a participação cidadã.
A edição de 2019 contou com as contribuições de uma rede de parceiros internacionais, entre os quais o Banco Mundial (Moscovo, Federação Russa), a Global Initiative for Fiscal Transparency (Washington, Estados Unidos da América), a Associação de Municípios e Regiões da Suécia (Estocolmo, Suécia) e o Observatório Internacional de Democracia Participativa (Barcelona, Espanha).
À imagem da edição de 2018, o programa teve quatro dias de apresentações, debates e trabalhos de grupo, que levaram a Cascais alguns dos mais conceituados nomes nacionais e internacionais nos temas em apreço.
O primeiro dia teve como foco a crise das democracias, tendo a organização convidado alguns especialistas que ajudaram a compreender fenómenos como o populismo, o uso do voto como “arma” de retaliação contra elites políticas mais tradicionais, bem como o conturbado processo do Brexit.
A manhã do segundo dia foi dedicada a entender as potencialidades e ameaças das novas formas de inteligência artificial para a democracia, tema bastante atual e sobre o qual não existem certezas, nem consensos.
A tarde deste dia permitiu que os participantes optassem por dois grupos de trabalho, nomeadamente: a) processos participativos socialmente inclusivos, tendo tido lugar apresentações de práticas que desenvolveram mecanismos específicos para potenciar o envolvimento de grupos sociais tradicionalmente mais afastados dos centros de decisão; b) transparência, governo digital e participação dos cidadãos em dinâmicas orçamentais a nível nacional, estando assegurada a presença de algumas das melhores práticas internacionais.
A manhã do terceiro dia foi dedicada à apresentação pública, em primeira mão, do Atlas dos Orçamentos Participativos no Mundo, um projeto em curso e que conta com o envolvimento de uma vasta rede internacional de colaboradores. Os resultados foram debatidos por um painel de convidados provenientes de quatro continentes.
A tarde do terceiro dia trouxe dois novos grupos de trabalho, nomeadamente: a) a institucionalização dos orçamentos participativos – potencialidades e limites, que contou com a participação do Peru e da Polónia, países com legislações dedicadas a este tema; b) mecanismos de participação por amostragem, focado na apresentação de experiências que privilegiam os minigrupos ou os métodos representativos, como alternativa às iniciativas de caráter universal.
O quarto e último dia teve como tema central a participação juvenil, estando prevista a apresentação de iniciativas bastante emblemáticas que demonstraram a pertinência e atualidade de ações sociais e políticas promovidas pelos mais jovens.
Os trabalhos tiveram tradução disponivel de/para inglês, espanhol e russo