Inauguração Museu da Misericórdia

A história de Cascais funde-se com a própria história da Misercórdia no concelho, ou não fosse esta uma das associações mais antigas do município.

Instituída em 1551, a Santa Casa da Misericórdia de Cascais (SCMC), tem como base a prática das catorze obras de misericórdia do catecismo da Igreja Católica e cedo se transforma numa instituição de referência, afirmando-se ao longo de quase cinco séculos como uma associação de devotos com vista ao estabelecimento de laços de solidariedade.

É, por isso, importante preservar a sua história e para que todos a possam conhecer, foi hoje inaugurado o Museu da Misericórdia de Cascais. 

Situado ao lado da Igreja, com o mesmo nome, também ela alvo de uma grande requalificação, este “novo” museu tem, entre as peças em exibição na antiga sacristia, as imagens de Nossa Senhora e de diversos santos, assim como crucifixos, alguns deles de produção indo-portuguesa, dos séculos XVII a XVIII. Estão igualmente expostos vários tesouros - custódias e cálices maioritariamente em prata dourada, do final do século XVI ao século XVIII – entre os quais se destacam uma excecional custódia portuguesa do final do século XVI ou início do século XVII e o conjunto de coroas e resplendores em prata, também de produção nacional, dos séculos XVIII e XIX.

O Museu da Misericórdia de Cascais está dividido em diferentes espaços:

Receção/Loja
Antecâmara - Rumo aos 500 anos de história!
Antiga Sacristia
Sala dos Tesouros
Sala dos Quadros – 4 séculos de pintura
Sala dos Têxteis – paramentos, utensílios e alfaias litúrgicas
Pátio - As Obras Corporais e Espirituais da Misericórdia
Cafetaria
Igreja da Misericórdia de Cascais (Coro Alto; Batistério; torre sineira e torre miradouro)

A pintura também tem o seu destaque, para além das quatro tábuas do primitivo retábulo-mor da Igreja, ali ao lado, entre as quais estão as insígnias da Procissão das Endoenças, de grande efeito cenográfico e fortes contrastes cromáticos que refletem as produções pictóricas maneiristas do século XVII.

Outro espaço a visitar é o dedicado aos paramentos e objetos do culto e de procissões, destacando-se o simbolismo e funções de peças que atestam a riqueza da coleção da Misericórdia, enfatizando o apoio que a arte foi prestando à religião ao longo dos séculos.

Este é sem dúvida um museu com grande diversidade de peças, do importante e valioso espólio da SCMC. De destacar o trabalho de design de Henrique Cayatte, o projeto museológico de João Miguel Henriques e o restauro a cargo da empresa WOA. Os projetos, tanto do novo espaço como da Igreja, tiveram assinatura da Saraiva + Associados, dos arquitetos Miguel Saraiva e Alexandre Marques Pereira.

CMC/FC/MS/PL