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25 de abril | Comemorações carregadas de simbolismo
“Comemoramos este 25 de Abril num local de esperança: o Centro de Vacinação contra a Covid-19”, destacou Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, no exterior do Complexo Desportivo Municipal de S. Domingos de Rana, onde, a par com a presidente da Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana, Fernanda Gonçalves, se içaram as bandeiras europeia, nacional, do município e da freguesia. “Através da participação e da cidadania, o povo português continua a defender aquilo que lhe pertence”, reforçou o autarca.
Aproveitando as tréguas na chuva, as comemorações da “Revolução dos Cravos” em Cascais cumprem-se hoje de forma simbólica. Curta e simbólica, a cerimónia desta manhã, serviu para prestar homenagem às vítimas da Covid-19, cumprindo-se um minuto de silêncio, mas também para apontar os olhos aos dias vindouros: “Só se cumpre Abril se tivermos perspetivas de futuro”, disse Carlos Carreiras.
Dirigida pelo maestro Paulo Guia, a Banda Filarmónica do Grupo de Solidariedade Musical e Desportiva de Talaíde, fundada em 1930 e composta na totalidade por 60 músicos dos 10 aos 82 anos, interpretou a sua "Festiva", o Hino Nacional e o tema “E depois do Adeus”, que abriu a porta para a revolução de 1974. Aos columbófilos José Santos Rita e José ferreira, da Sociedade Columbófila de S. Domingos de Rana, coube a tarefa de abrir os cestos, permitindo a cerca de 300 pombos-atletas, evocar o voo para a liberdade que o povo português deu há 47 anos atrás.
“Mesmo atravessando a pandemia, a democracia não foi suspensa”, evocou Fernanda Costa, autarca de S. Domingos de Rana, que aproveitou para homenagear também os Bombeiros Voluntários, “verdadeiros heróis”, e o lema que #todos por todos, bandeira de coesão na resposta à emergência de saúde, social e económica impostas pelo Coronavírus.
Em frente ao Mercado da Parede, na União de Freguesias de Parede Carcavelos, fez-se silêncio para ouvir o som do marchar dos Bombeiros Voluntários de S. Domingos de Rana-Carcavelos. Evocando a marcha militar, o bater ritmado das botas no asfalto quase que arrepiou os poucos presentes. Aqui e ali, registando o momento, alguns populares, assistiram ao içar das bandeiras, num dia da liberdade em que a pandemia nos obriga, mais uma vez, a ficar em casa.
As comemorações, na sua maioria online, terão ainda mais dois momentos pontuais: às 15h00, na Praça 5 de Outubro, com transmissão em direto assegurada nos canais Facebook e Youtube do município.
Às 15h30, foi inaugurada a rotunda José Fernandes Fafe, embaixador e ilustre cascalense. No final da Rua de Santana, a nova rotunda assume, a partir de hoje, o topónimo “Embaixador José Fernandes Fafe”. Uma forma de o município perpetuar a memória e de prestar homenagem, no Dia da Liberdade, a este cascalense que doou a sua biblioteca pessoal para que todos dela pudessem usufruir. Citando o seu pai, José Paulo Fafe, que representou a família no descerramento da placa toponímica da nova artéria, lembrou que “para que haja qualidade de vida no município é necessário que exista quem tome decisões e o desenvolva”.
A doação do espólio de mais de 5.000 obras às Bibliotecas Municipais de Cascais representa “um ato muito generoso para com Cascais, especialmente para com as futuras gerações de Cascais”, reconheceu Carlos Carreiras. O Embaixador José Fernandes Fafe “era um amante da liberdade. Por ela lutou e conseguimos imaginar a felicidade sentida há 47 anos atrás”, acrescentou o presidente da Câmara, evocando ainda as qualidades do humanista inspirador da esquerda liberal, algo tão presente e necessário nos dias de hoje”.
A cerimónia contou com a presença de várias figuras nacionais como Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, e Ramalho Eanes, primeiro Presidente da República após o 25 de abril.
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FH/FC/CMC