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10º Fórum Global da Aliança das Civilizações das Nações Unidas
Cascais está no centro da discussão mundial, sob o lema “Uma Humanidade. Muitas Culturas” (“One Humanity. Many cultures”) durante os dias 25 a 27 de novembro, no Centro de Congressos do Estoril com a realização do 10º Fórum Global da Aliança das Civilizações das Nações Unidas (UNAOC) que conta com a presença de várias figuras de alto nível.
O Rei Felipe VI de Espanha, o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, são nomes confirmados, juntamente com cerca de quatro dezenas de Ministros e Vice-Ministros dos Negócios Estrangeiros e também conhecidos ex-chefes de Estado e de Governo internacionais.
Com mais de 1000 participantes, o encontro vai assinalar os vinte anos da génese da Aliança das Civilizações e pretende fazer um balanço do trabalho levado a cabo nas últimas décadas, num encontro de líderes religiosos das mais variadas crenças.
Tendo como lema “One Humanity. Many cultures”, a Aliança das Civilizações das Nações Unidas (UNAOC), criada em 2005 por iniciativa política do Secretário Geral das Nações Unidas (e co-patrocínio de Espanha e Turquia), formalizada por uma Resolução da Assembleia Geral, é um instrumento de diplomacia preventiva do Secretário-Geral (e mais uma “ferramenta” à sua disposição), que se situa simultaneamente a montante (enquanto instrumento de diplomacia preventiva) e a jusante (enquanto ferramenta para a consolidação da paz) dos conflitos.
Lançada na sequência da série de atentados terroristas perpetrados pelo radicalismo islâmico entre 2001 e 2004, a UNAOC surgiu como alternativa – inspirada pelo espírito onusiano – à “Guerra contra o terror”, contrapondo a cooperação internacional à via militar exclusiva.
Contando atualmente com 160 membros do Grupo de Amigos (131 países e 29 organizações) e liderada desde 2019 pelo Alto Representante Miguel Ángel Moratinos, tem por missão promover o diálogo intercultural e inter-religioso, bem como combater os extremismos numa lógica de prevenção de conflitos.
Tem como 5 áreas prioritárias a educação, a juventude, as migrações, os media e as mulheres como mediadoras para a paz, tendo celebrado acordos de parceria e planos de ação conjuntos com outras organizações internacionais e regionais, promovido planos nacionais junto dos seus Estados-membros e desenvolvido uma teia de relacionamento com a sociedade civil.
A iniciativa é marcada por um duplo objetivo ou vocação: por um lado, ocupa-se dos desafios que a crescente diversidade cultural e religiosa coloca a todas as sociedades, procurando promover a “boa governação” no âmbito cultural e religioso, numa lógica de prevenção de conflitos (objetivo geral); por outro lado, ocupa-se também do caso especial das relações entre as sociedades ocidentais e as sociedades muçulmanas, que desde 2001 têm sido marcadas pela desconfiança e a falta de entendimento mútuo (objetivo específico).
É esta dimensão específica que a torna única e a diferencia, no seio da comunidade internacional, de outras iniciativas. Mas a marca de identidade que é a sua “singular transversalidade” (traduzida numa natureza simultaneamente política, de ação, de globalidade e de segurança), também lhe confere valor acrescentado.