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SOS Ucrânia: Cascais associa-se a concerto planetário em prol da Paz

Comunidade ucraniana em Cascais emociona-se em concerto solidário

Eram 16h30 em Cascais e 18h30 em Kiev, na capital ucraniana, quando o ecrã gigante se acendeu na Praça 5 de outubro, mesmo em frente aos Paços do Concelho, para iniciar a transmissão, em direto da Polónia, do concerto planetário com o nome “Save Ukraine #StopWar”. Um apelo de todo o mundo em uníssono para acabar com a guerra na Ucrânia. A convite da Embaixada da Ucrânia, Cascais associou-se, assim, a dezenas de praças em cidades de todo o mundo para esta maratona solidária de concertos. 

"Foi um pedido ontem da Embaixada da Ucrânia para Cascais se associar a esta iniciativa à escala global. Tivemos que correr contra o tempo para preparar tudo e apesar da divulgação ter sido tão em cima da hora, os cascalenses aderiram em força", referiu Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais que assistiu ao concerto com a Embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets.

Durante o concerto, a título de reconhecimento pelo esforço de Cascais e da comunidade cascalense na ajuda aos refugiados ucranianos, a embaixadora ucraniana ofereceu ao presidente da Câmara Municipal dois livros, um sobre Kiev e outro versando a culinária ucraniana cuja originalidade mereceu um agradado comentário público de Carlos Carreiras. Um momento mais descontraído entre os muitos com elevada carga emocional ou não estivesse a comunidade ucraniana residente em Cascais marcado presença em peso na Praça 5 de outubro.   

Enquanto se ouviam os apelos e testemunhos de personalidades de todo o mundo que se quiseram associar ao evento, assim como as vozes bem conhecidas de Sting, Fatboy Slim, Within Temptation, Bastille, BrainStorm, Beissoul & Einius, Salvador Sobral, Craig David, Submotion Orchestra, Idina Menzel, Gus Gus, Nino Katamadze, entre outros, as pessoas presentes iam-se manifestando com palmas e palavras de força e conforto. Em toda a praça se ouvia uma lingua que ao principio se estranha, mas depois se entranha, falada pelos nossos vizinhos e amigos ucranianos, mas também já cascalenses de coração. 

Num dos lados da praça, um grupo ainda um pouco tímido marcava presença em silêncio. Eram ucranianos chegados há pouco tempo a Cascais, trazidos num voo humanitário promovido pela Câmara Municipal de Cascais e que se encontram ainda nos centros de acolhimento disponibilizados pelo Município. As dores da guerra ainda ressoam na sua memória demasido recente, mas já querem agradecer aos cascalenses a ajuda e apoio que têm recebido. Teteina é uma dessas pessoas que se aproxima de nós, pega no microfone e em ucraniano quer publicamente testemunhar a gratidão a todos os que os têm ajudado a reencontrar a paz. Não percebemos as suas palavras ( por sorte o grupo estava acompanhado por um voluntário que sabia um pouco de português), mas o brilho humido do seu olhar claro e a timidez de um sorriso a querer abrir-se, transportam emoções universais que não requerem tradução. 

" Estamos hoje aqui a manifestar esse nosso apoio, mas acima de tudo manifestamos esse apoio todos os dias com a ajuda de muitos e muitos cidadãos de Cascais, de muitas empresas, que nos têm estado a apoiar não só para enviar bens para os países de fronteira, especialmente para a Roménia e para a Polónia, mas acima de tudo acolher aqueles a que chamamos nossos convidados  que vêm a fugir da guerra, acolhe-los em Cascais, tentar integra-los em Cascais,  e isto é um manancial de frentes a que temos dado apoio", acrescentou, ainda, Carlos Carreiras com a certeza de que quando os cascalenses são "Todos por Todos" só pode correr bem.  

Por vezes, o silêncio esmagava a praça, sobretudo quando se ouviam as vozes de artistas ucranianos como Monatik, Tina Karol, The HARDKISS, Okean Elzy, Jamala, entre duas dezenas de outros nomes bem conhecidos pela comunidade ucraniana. A sensação que fica é que por breves momentos, Cascais conseguiu trazer um pouco da Pátria a estas pessoas que apesar de aqui viverem em segurança, todos têm amigos e família ainda na Ucrânia, como nos contaram. E essa dor é indiscritivel tal como a incerteza sobre o que lhe reservará o futuro. Essa dor é mais que vísivel, é pálpavel e nesta tarde de domingo os cascalenses foram mais uma vez Todos por Todos e todos fomos Ucrânia. 

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