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“Caçadora Furtiva” – Nova exposição de Paula Rego | Casa das Histórias Paula Rego | | Até 24 de abril de 2016
Veja a galeria de fotografias e o vídeo da inauguração da exposição.
Depois de ter estado fechada para obras estruturais nos últimos quatro meses, a Casa das Histórias Paula Rego abriu novamente ao público e com uma nova exposição da artista. Cerca de uma centena de obras, entre pintura, gravura e desenho de Paula Rego dão agora vida e história às paredes das amplas salas do museu.
Com "todas as condições", Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, garantiu que sempre houve determinação da parte da autarquia em manter "este enorme património cultural do concelho". Assim, pode-se "dizer em toda a plenitude" que a Câmara Municipal de Cascais e a Casa das Histórias estão a "tomar muito bem conta dos desenhos de Paula Rego", acrescentou.
"A minha mãe ficou muito impressionada e agradece, com o coração todo, o trabalho que a Câmara Municipal de Cascais fez ao prédio. É uma obra enorme, incrível. Agora, penso que a Casa das Histórias tem as melhores condições de todos os museus em Portugal", revelou Nick Willing, filho de Paula Rego, que viveu a "vida toda à volta destas peças. A mãe contou-me a história por de trás de cada uma". "A minha vida mistura-se com a arte e obra da minha mãe", reforçou.
Ao percorrer as sete salas por onde se encontram expostas as pinturas de "Caçadora Furtiva", é desde logo perceptível a reflexão de Paula Rego sobre temas sociais que coabitam com autorretratos da artista.
Criado a partir dos anos 1990, este conjunto de trabalhos tem como ponto de partida o contacto da pintora com um dos mais importantes museus do mundo: a National Gallery, em Londres. Foi lá que viveu durante 18 meses numa cave. O estatuto de “Artista Associada da National Gallery” implica a produção de obras que estabelecem uma relação direta com a coleção deste museu britânico.
Disse Paula Rego a propósito desta residência artística: “Tive muito medo e fiquei com uma certa apreensão! Mas para encontrar o nosso próprio caminho é necessário encontrar a nossa porta, como Alice”. E assim foi. Paula Rego subiu várias vezes as escadas até às salas que expõem obras-primas criadas entre os séculos XII e XVIII – ao todo mais de duas mil pinturas de artistas como Leonardo da Vinci, Botticelli, Caravaggio e Rembrandt. Paula Rego povoou o seu imaginário, juntou fragmentos de vários quadros e criou! Memórias do seu “íntimo” estão à vista até 24 de abril, em Cascais.
Entre as obras desta nova exposição está uma inédita, em território nacional: "A Artista no seu Atelier", criada depois desta estadia na galeria londrina, "em que a pintora portuguesa se retrata a si própria, inserida neste contexto exploratório do que é ser uma artista a relacionar-se com os grandes mestres da pintura antiga", esclareceu Catarina Alfaro, curadora da exposição. "De cachimbo" na boca, numa "posição pouco comum às mulheres pintoras", a artista "surge rodeada de uma série de adereços simbólicos que vêm do atelier", resumiu.
Na mostra encontram-se outras obras importantes do percurso de Paula Rego, desde os anos 1990, entre elas: "Vanitas", criada para a Fundação Calouste Gulbenkian, "O Tempo passado e presente", "Mãe", "Anjo" e "Entre Mulheres", provenientes de coleções britânicas e também portuguesas.
Nas palavras de João Soares, ministro da Cultura, que esteve presente na inauguração, "este é um exemplo extremamente positivo não só para Cascais como para o país, no que diz respeito à cooperação entre Ministério da Cultura e sociedade civil". João Soares considerou ainda que, "a Câmara Municipal de Cascais tem vindo a fazer um trabalho admirável e em linha daquilo que desejamos que seja a política da Cultura".