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Conferências do Estoril ambicionam criar âncoras no mundo

“As Conferências do Estoril vão estender-se aos países lusófonos e cruzar cursos com universidades de todos os continentes com quem têm parcerias estabelecidas”. O anúncio foi feito por Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais e será tema do terceiro dia deste encontro internacional. As Conferências do Estoril, prosseguem até dia 22 de maio, no Centro de Congressos do Estoril.


Discurso de Abertura das Conferências do Estoril 2015
Miguel Pinto Luz, Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais


Excelentíssimo Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Excelentíssimo Secretário de Estado, Excelentíssimos Embaixadores, Excelentíssimos Membros do Parlamento, Excelentíssimos Conselheiros,
Queridos amigos, Senhoras e Senhores,
Bom Dia São Paulo, Brasil, Bom Dia Washington, Estados Unidos, Boa Tarde Pequim, China, Boa Tarde, Jerusalém, Israel, Boa Tardes Aarus, Dinamarca, Boa Tarde Roterdão, Países Baixos, Boa Tarde Cidade do Cabo, África do Sul e Boa Tarde Cascais, Portugal.
As minhas mais sinceras desculpas a todos os presentes no auditório, mas as minhas primeiras palavras serão dirigidas a todos aqueles que nos vêem através do sistema de live streaming nos diversos auditórios das diferentes universidades espalhadas pelo mundo e que nos honraram com a possibilidade de serem nossos parceiros académicos. A minha mais sincera gratidão a todos Vós.
Queridos Amigos, As Conferências do Estoril 2015 começam Agora.
Damos início a 36 horas de debate com mais de 60 oradores de 26 países diferentes e dos 5 cantos do mundo. Passaram dois anos desde o nosso último encontro e aqui estamos mais uma vez neste mesmo local, neste estupendo congresso. Muito mudou, mas, infelizmente, muitas coisas continuam da mesma forma.


Os Estados Unidos da América anunciaram a renovação formal das relações com Cuba, ainda que a situação esteja longe de ser resolvida.
O Papa Francisco disse que acredita na Teoria da Evolução e na Teoria do Big Bang.
Sherin Ebadi disse em 2003 que “enquanto nas antigas ditaduras as pessoas poderiam ir para o inferno se assim fosse decidido, no caso das novas ditaduras, o Islão é quem agora as força a irem para o Céu. É essa a diferença entre uma ditadura política e uma ditadura religiosa.
A crise da zona Euro parece ter chegado ao fim, ainda que o risco de que a Grécia abandone o sistema monetário Europeu seja ainda uma realidade.
O Irão aceitou o acordo nuclear, mas os terroristas do Estado Islâmico continuam a lançar o terror sobre nós.
O mundo inteiro esteve presente nos Jogos Olímpicos de Inverno, mas a Guerra Fria parece ter voltado.
Há 150 anos, Susan B Antony batalhava para que as mulheres tivessem os mesmos direitos e as mesmas oportunidades do que os homens. E como andam as coisas nos nossos dias a esse respeito? Houve realmente muitas mudanças?
Dez anos antes, Lincoln tinha dito “uma nova Nação, concebida em liberdade, e que funciona segundo o princípio de que todos os humanos nascem iguais.” Será que vivemos de acordo a esse princípio?
Os nossos vizinhos mediterrâneos do Norte de África enfrentam um desafio ao qual há muito tempo Socrates fizera alusão, no Século IV antes da Nossa Era, quando disse: “A hora da partida chegou, e tomaremos agora caminhos, sendo o meu a morte e o teu a vida. Qual dos dois caminhos é melhor, só Deus sabe.”


As Conferências do Estoril são sobre Debates, Ideias e Discussões. Às vezes, estamos de acordo e outras vezes não.
Mas deixem-me contar-vos como nasceram as Conferências do Estoril. Tudo começou em 2006, quando um grupo de jovens amigos se sentou à volta de uma mesa redonda, cheios de ideias novas e de ideias brilhantes e também de grandes sonhos. Ajudados por quem é agora o Presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, e com o sonho de criar um conjunto de conferências internacionais aqui na região de Cascais e no Estoril, uma conferência a nível global, uma conferência livre e independente de ideologias, de posicionamentos religiosos ou seja, realmente independente.
Começámos a nossa pesquisa para a organização das conferências um pouco por todo o mundo e da maneira a aprender o mais possível. Procurámos por pessoas que nos abrissem as suas portas e que nos explicassem como fazê-lo. Enviámos centenas de cartas, mas a verdade é que, inicialmente, recebemos apenas uma resposta. Uma resposta que nos chegou da Dinamarca, mais precisamente do Professor Michael Boss, da Universidade de Aarhus, ligado às conferências Matchpoints, organizadas todos os anos pela sua instituição académica. Abriu-nos as suas portas e assim ficou estabelecida a nossa primeira parceria a nível académico.
A Universidade Erasmus de Roterdão, nos Países Baixos, foi a segunda a acreditar no nosso sonho. Seguiu-se-lhe a Norte-Americana Georgetown, de Washington, a brasileira Fundação Getúlio Vargas e o Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Hebraica de Jerusalém. Assim aprendemos a nossa primeira lição.
A verdade é que, ao debatermos com tantas pessoas diferentes, entendemos que não existe um modelo organizacional perfeito e que não devemos ser de tal forma arrogantes que pensemos que apenas o nosso modelo é o correto e que todos os outros estão errados. As culturas são diferentes e isso faz com que as pessoas pensem de forma diferente. Temos de nos adaptar. Mas o mais importante é que existem várias universidades, todas elas entre as mais prestigiadas do mundo, que acreditam tanto no nosso sonho como nós. Assim, podemos dizer que estamos a colaborar com o mundo. O programa que concebemos foi criado depois de ouvirmos todos os participantes e parceiros. As universidades foram, de resto, convidadas a integrar todos os debates acerca de produção e organização de cada aspeto das conferências, desde o programa até à composição dos membros do júri dos prémios que atribuímos ou ainda a questão da nossa Cimeira da Juventude.
O diálogo fez-nos crescer e ser mais fortes, capazes de atingir metas que até então nos pareciam impossíveis. E agora, agora chegámos à nossa quarta edição. E finalmente entendemos que começamos a ter impacto com as nossas iniciativas.
Quando recebemos boas recomendações da parte de diferentes governos estrangeiros, sabemos que estamos a fazer o nosso trabalho.
Quando recebemos cartas de agradecimento de Embaixadas em Portugal, sabemos que estamos a atingir os nossos objetivos.
Quando recebemos telefonemas de pessoas que querem ser oradores nas nossas conferências, sabemos que estamos a chegar lá.


As Conferências do Estoril são únicas no sentido em que são feitas pelas pessoas, para pessoas, pelas suas histórias e pela forma como nos contam essas mesmas histórias.
As Conferências do Estoril são feitas por todos nós, todos os que estamos aqui e agora neste auditório e todos os que por aqui passaram em edições anteriores. Durante as três últimas edições, recebemos oradores de mais de 120 oradores de 50 países, vindos dos 5 Continentes. Todos eles pessoas com as suas histórias, narrativas que nos contam neste fantástico fórum.
São mais de 120 oradores, mas também mais de 200 membros do staff e mais de 4 mil participantes. Posso assegurar-vos desde já que, assim que essas pessoas chegarem a casa ou aos seus empregos, irão falar deste evento ao longo dos próximos dias.
Os debates andam de boca em boca, seja graças aos jornais, à televisão ou a essa maravilha da tecnologia a que chamamos Internet. Ajudam a forjar mentes jovens e brilhantes, mentes que talvez, um dia, venham a criar projetos tão interessantes à volta de mesas redondas, algo ambicioso como o que aconteceu em 2006.
Mas aprendemos também outra importante lição. A de que temos de estar sempre alerta, de ser ativos e ser capazes de antecipar os acontecimentos. Aprendemos que tal é necessário também com os últimos acontecimentos na Europa.
Depois de décadas de alianças, tratados e de acordos, tentativa por tentativa, crise após crise, guerra após guerra, esforço após esforço, a Europa ainda não chegou à idade adulta. Encontra-se presa, de certa forma, ao seu cordão umbilical. O resto do mundo tem mudado muito e já nada é como antes. Mas a Europa, em muitos aspetos, parece continuar a rastejar em vez de caminhar ou de correr.
O problema da Europa é que as muralhas que persistem a abaixo do nível dos mares que a rodeiam parecem ter influenciar as suas marés. A Europa não pode existir sozinha e precisa de ser ajudada todos os dias. Ou nos aproximamos do diálogo global e do entendimento entre os povos ou o resultado não será muito vantajoso. O passado assim o demonstrou em várias ocasiões. E se há algo que a Ciência Histórica nos ensinou, é que se repete ao longo dos tempos. O Diálogo é fundamental.
Agora que as Conferências do Estoril estão consolidadas com os nossos novos três parceiros académicos, a Universidade da Cidade do Cabo na África do Sul, a a Escola de Negócios Cheung Kong na China e a Nova School of Business and Economics da Universidade Nova de Lisboa, que abrirá um novo campus em Cascais em 2017, é tempo de avançar. É tempo de progredirmos. Com toda a bagagem que nos transmitem os nossos patrocinadores, todas as instituições e autoridades públicas e os nossos oradores e participantes, assim como os nossos parceiros, é tempo de voar!
A criação do Instituto do Estoril para o Diálogo Global é já uma realidade, graças à vontade dos nossos patrocinadores, parceiros académicos e claro, graças à força do meu querido amigo Milton de Sousa juntamente com a equipa das Conferências do Estoril, um grande obrigado pela vossa dedicação nesta ambiciosa tarefa.
Desejamos-vos a todas e a todos a melhor das sortes e pedimo-vos que olhem pela nossa criatura, que é, afinal de contas, uma herança geracional a ser transmitida às gerações vindouras. Por favor, honrem aquela pequena mesa redonda onde tudo começou em 2006.
Obrigado a todas e a todos pela vossa atenção. E citando uma das minhas personagens históricas preferidas, João Paulo II, peço-vos que se recordem que “O futuro começa hoje e não amanhã.”
Que comecem os debates!
Obrigado, mais uma vez e sejam bem-vindos a Cascais, o local ideal para passar um dia ou viver toda uma vida.


Miguel Pinto Luz


Cascais, 20 maio 2015


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