Recuperação da Duna da Cresmina

O processo abrange uma área de 66 hectares, e visa a restauração e proteção de um sistema natural singular no concelho, tratando-se da única zona de reserva integral do Parque Natural de Sintra-Cascais.

Por ter este estatuto, o Sistema Dunar Cresmina-Guincho é uma área de proteção máxima. As obras visam, assim, ordenar o acesso pedonal e implementar ações de recuperação da fauna e flora locais, que têm sido destruídas por causa da ação humana (nomeadamente o pisoteio, passeios equestres e passagem de viaturas todo-o-terreno).

Para organizar o acesso pedonal à Duna, foram instalados passadiços sobrelevados, marginais à área de proteção total e com plataformas para paragem e observação por parte dos visitantes. De forma a evitar a entrada de veículos, a vedação sul será permanente, travando assim a constante destruição de espécies autóctones, como a raiz-divina (Armeria welwitschii) ou a sabina-das-praias (Juniperus turbinata).

Foram também implementadas ações de recuperação da vegetação local, nomeadamente através da remoção de espécies exóticas invasoras (como o chorão - Carpobrotus edulis), e da plantação de espécies autóctones (como o estorno - Ammophila arenaria).

As obras incluem a instalação de regeneradores naturais, feitos com recurso a paliçadas de material vegetal morto. A colocação destas estruturas será fulcral para reduzir a velocidade do vento sob aquela região e, desta forma, conter o avanço das areias, que tem estado descontrolado (desde 2005, a Duna tem avançado cerca de dez metros por ano).

O processo de restauração da flora e fauna locais será monitorizado durante dois anos, de forma a avaliar se as medidas implementadas estão a ter efeitos na recuperação integral da biodiversidade do Sistema Dunar.