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Sonho(s) de Natal

Duquesa de Palmela, Maria Luísa de Sousa Holstein, cascalense de coração, fundou rede de cozinhas económicas, com preços muito baixos, durante a I Guerra Mundial e em plena pandemia da Gripe Espanhola.

Há um século, Portugal viveu três vagas avassaladoras de Gripe Espanhola, acrescentadas aos terríveis efeitos da participação do país na I Guerra Mundial e à crise económica que provocou uma miséria devastadora por todo o país. Os pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta Marto, foram duas das vítimas mais célebres dessa pandemia.

A tragédia com estas três componentes começou em maio de 1918, quando foi declarada em Espanha uma epidemia gripal que num curto espaço de tempo se propagou a Portugal por Vila Viçosa. Em cerca de dois anos, a pandemia dizimou mais de 100 mil pessoas e vários concelhos do país perderam até 10 por cento da sua população.

A grave crise económica em Portugal atingiu o seu ponto mais crítico em 1918, com racionamento de alimentos e requisição da produção de cereais para garantir o abastecimento das tropas e do Corpo Expedicionário, no meio de grandes convulsões sociais e políticas, com inúmeras greves e instabilidade governativa constantes.

Nesse clima de caos, Sidónio Pais desencadeou, em dezembro de 1917, um bem-sucedido golpe de Estado e, após eleições, a 28 de abril desse ano tornou-se Presidente da República.

Apesar do seu regime autoritário, o chamado “Presidente-rei” tinha preocupações sociais e apoiou a criação de iniciativas para minorar a fome que grassava nos grandes centros urbanos como as cozinhas públicas, daí a expressão que chegou aos nossos dias da “Sopa do Sidónio”. Mas seria uma Cascalense de coração, Maria Luísa de Sousa Holstein, Duquesa de Palmela, que fundaria uma autêntica rede de cozinhas económicas com preços muito baixos para os seus utentes.

A também chamada Pneumónica atingiu o país num contexto de grande fragilidade económica, social e política e esse ambiente foi o caldo ideal que favoreceu a sua disseminação.  Os portugueses deram prova nesses duros anos de uma enorme resiliência face aos males que afetavam a nação, principalmente devido à gripe espanhola que se prolongou entre junho 1918 e junho de 1920.

As liturgias de Natal e de Ano Novo do Papa Francisco vão ser celebradas sem a presença de fiéis devido à pandemia Covid-19, tal como aconteceu na Páscoa.

“Natal é em dezembro, mas em maio pode ser, Natal é em setembro, é quando um homem quiser…”, escreveu o poeta Ary dos Santos. E nunca tais palavras foram mais acertadas do que neste terrível ano de pandemia de COVID19 em todo o mundo.

 

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