“O incêndio de 6 e 7 de outubro foi o pior e o melhor momento que tivemos este ano em Cascais”, referiu o presidente da Câmara Municipal.
Na reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil que decorreu hoje no Museu Condes de Castro Guimarães, foi feita a análise das ocorrências com maior envolvência dos agentes de proteção civil do concelho durante este ano. “A primeira ilação que tiro é que este foi o melhor momento do ano e o pior. O pior pelas razões que todos compreendem, o melhor foi a forma extraordinária como se atacou a ocorrência. Como equipa, como grupo e como comunidade nos deve orgulhar”, disse o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras. Deixo aqui um “louvor e agradecimento a todos os que estiveram envolvidos nesta operação” acrescentou.
Este “incêndio podia ter tido proporções muito maiores se não tivesse sido realizado o trabalho que realizámos. O planeamento, a prevenção rende. Se não tivéssemos feito o que fizemos as consequências tinham sido muito mais graves. Tem sido um trabalho que tem sido feito em conjunto, com todos, com muitas entidades, muitas instituições, isso demonstrou que vale a pena este caminho, sermos resilientes” frisou o autarca.
Depois de aprovada a ata da reunião anterior por unanimidade, Cláudia Braga da Divisão de Prevenção e Sensibilização, fez o balanço das várias ações levadas a cabo em escolas do concelho, e que de janeiro a maio envolveram 5077 crianças. De 1 de junho a 15 de novembro de 2018 já participaram 2673 crianças. A proteção civil “não é só a prevenção e também a sensibilização e a formação de todos”, disse a responsável.
Carlos Estibeira, chefe da Divisão de Planeamento e Operações, falou da prevenção que tem sido feita na gestão e mitigação do risco litoral, na colocação e reforço de sinalética e assistência nas zonas de risco: “existem 65 áreas de risco, mais nove do que no ano anterior”, referiu. Quanto às “maiores ocorrências são as associadas ao vento”, até 15 de novembro tivemos 498”.
A colaboração que existe com a Agência Portuguesa do Ambiente, com a Capitania do Porto de Cascais e com as Estradas de Portugal, na monotorização dos riscos costeiros, tem sido fundamental na prevenção. Assim como, os vários exercícios efetuados em diversos locais do concelho e com diversas entidades como a CERCICA e o Hospital de Cascais. A preparação para os eventos que Cascais recebe e a colaboração com o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Social na vistoria de habitações degradadas, têm sido fatores positivos e fundamentais “ nas nossas ações de prevenção e sensibilização da população”, acrescentou.
No incêndio de 6 e 7 de outubro no Parque Natural Sintra Cascais “estiveram presentes 150 entidades, 39 municípios diferentes, 292 veículos, 10 meios aéreos e 975 operacionais no terreno. A chegada e o empenhamento de todos estes meios permitiram a conclusão desta ocorrência de forma rápida e sem vítimas”.
A Comissão Municipal da Defesa da Floresta reuniu-se logo a seguir. Na ocasião, Mário Rios, chefe da Unidade Técnica Florestal, mencionou as ações de silvicultura preventiva realizadas pela sua unidade, pela Cascais Ambiente, Cascais Próxima, Infraestruturas de Portugal, EDP, Brisa e Ascendi, em cada área da sua responsabilidade. Para este responsável, as “faixas de gestão de combustível florestais têm que ser feitas e resultam na prática, como foi visto no incêndio de outubro. Não têm que ser necessariamente áreas desertas, podem ser plantadas árvores autóctones, mais resistentes ao fogo”, salientou. AQ