Presidente da CM de Cascais apela à ação em conferência sobre os oceanos

A sustentabilidade e os oceanos como recurso estratégico, foi o tema do debate, esta quarta-feira, 30 de novembro, no âmbito das ESG Talks que decorreram no Campus da Nova SBE, em Carcavelos.

Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, ao discursar na abertura da sessão, apontou que o mar é um recurso privilegiado para responder aos grandes desafios do nosso tempo no combate às alterações climáticas, à falta de alimentos e de água potável, como gerador de riqueza económica, de recursos energéticos, geológicos e minerais.

“O mar é uma grande oportunidade que tem vindo a ser muito desperdiçada em Portugal”, sublinhou Carlos Carreiras que defende ser o mar “um desígnio nacional” e que temos de passar imediatamente à ação: “Deixemos a fase do «a falar é que a gente se entende» para a fase «é a fazer que a gente se entende», apela o autarca que conclui “ Temos que aproveitar este enorme recurso porque muito daquilo que irá ser Portugal no futuro, reside nesta temática dos oceanos”.

Carlos Carreiras lembra, ainda, que o território marítimo em Cascais é 100 vezes superior ao território terrestre, “pelo que só com os recursos marinhos podemos gerar o dobro da riqueza para o concelho”.

O presidente da Câmara deu vários exemplos de projetos pioneiros que estão a ser desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento no concelho, tendo o mar como horizonte. É o caso da plantação de florestas marinhas ou do investimento luso-norueguês para captar água potável através de um processo de dessalinização inovador, entre outros.

“O Atlântico fala português”, referiu Carlos Carreiras, acrescentando que “é preciso que haja visão, estratégia e regulação eficaz para explorar este enorme potencial”.

Portugal tem a 5ª maior zona económica exclusiva (ZEE) do espaço europeu, apesar de ser apenas o 16º maior país da Europa em área terrestre. A importância que o mar pode representar para Portugal advém não só da sua dimensão, onde se inclui a plataforma continental, mas também da sua vasta biodiversidade marinha e recursos energéticos, geológicos, minerais e genéticos nele existentes.  

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