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Prémio do Mar Rei D. Carlos: Júri distingue obra do Comandante Augusto Salgado sobre período filipino
A época do denominado período Dualista ou Filipino “…continua a ser a mais ignorada da história portuguesa [...] por motivos que radicam ancestrais sentimentos”, segundo afirmou Veríssimo Serrão. Para a historiografia Naval portuguesa, esses sentimentos agudizam-se por se considerar que, é neste período, que ocorre o declínio da Marinha portuguesa, pela ação de Castela.
Este estudo vem rebater essa visão tradicional, mostrando que efetivamente essa decadência ocorreu neste período, mas por razões que apenas podem ser imputadas a Portugal. E que, entre a Coroa Portuguesa e a Coroa de Castela, existia uma estreita cooperação, inclusivamente em termos de utilização, por ambas as coroas, dos meios navais, no âmbito de uma estratégia naval comum no Atlântico.
Vem, também, mostrar que as privilegiadas características naturais de Lisboa e a estrutura militar naval lusitana funcionavam independentemente da Carreira da Índia, e que desempenharam um importante papel na vertente militar naval no Atlântico, que até agora tem sido grandemente ignorada.
O Museu do Mar Rei D. Carlos celebra, este ano, 20 anos sobre a sua inauguração com uma exposição de ilustração André Letria, que reúne o trabalho desenvolvido para a obra “Mar!” com texto escrito por Ricardo Henriques e publicado pela Pato Lógico Edições.
Sobre Augusto Salgado
O Capitão-de-Mar-e-Guerra Augusto António Alves Salgado nasceu em 17 de fevereiro de 1965 e ingressou na Escola Naval em 1983, terminando o curso em 1988. Na Marinha teve formação em Armas Submarinas, frequentou o Curso Geral Naval de Guerra e o de Estados-Maiores-Conjuntos. No estrangeiro, frequentou vários cursos no âmbito da Guerra de Minas, Cooperação e Aconselhamento Naval e da Agência de Defesa Europeia. Após terminar a Escola Naval e, como oficial subalterno, exerceu várias funções embarcado e em terra.
Atualmente presta serviço na Escola Naval, onde é professor da cadeira de História Naval e no Instituto de Estudos Superiores Militares e professor na pós-graduação de História Marítima ministrada em conjunto pela Escola Naval e a Universidade de Lisboa – Faculdade de Letras. Doutorado em História dos Descobrimentos, pela Faculdade de Letras de Lisboa desde inícios de 2010 e é membro efetivo da Academia de Marinha, da Comissão Portuguesa de História Militar e da Sociedade de Geografia - secção de História. Tem participado em diversas conferências e reuniões, tendo nas Jornadas do Mar de 2000, sido galardoado com o 1º prémio na classe de História. Desde finais de 2003 que colabora com a Revista de Marinha, da qual membro do Conselho Editorial.
Mergulhador amador e fotógrafo subaquático há mais de 30 anos, desde 1993 que participa regularmente em actividades de arqueologia subaquática, nomeadamente nos trabalhos realizados em São Julião da Barra e no clipper Pedro Nunes (ex-Thermopylae).
Das obras e trabalhos que já publicou sobre História Naval, destacam-se as seguintes obras: A Invencível Armada 1588. A participação portuguesa, Prefácio, 2002; Os navios de Portugal na Grande Armada. O poder naval português. 1574-1592, Lisboa, Prefácio, 2004; 1580. A conquista de Portugal segundo os frescos do Viso de Santa Cruz, Lisboa, Prefácio, 2009 e colaborou no livro Thermopylae, História do clipper mais veloz do mundo, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2009.