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Portugal e Cascais no epicentro da diplomacia euroafricana
Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia de abertura deste Fórum, justificou a premência desta iniciativa do Conselho da Diáspora Portuguesa, a oportunidade de se realizar em Portugal, um país “habituado a fazer pontes” e desafiou a organização a lançar idêntico fórum dirigido aos jovens dos dois continentes.
A ideia de a realização deste Fórum “vem de 2007”, disse Filipe de Botton, presidente da Direção do Conselho da Diáspora Portuguesa: “A ideia surgiu em 2007, altura em que Portugal foi anfitrião da cimeira entre a Europa e a África. Pensamos fazer com que Portugal fosse uma plataforma de encontro entre a África e a Europa, e isso levou-nos, dez anos depois à realização deste Fórum”, disse Filipe de Botton.
De diálogo e de pontes falou também Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, entidade anfitriã deste Fórum. Pinto Luz falou do cosmopolitismo de uma vila que já faz, no seu dia-a-dia, pontes com diferentes culturas que ali residem, apontando as múltiplas razões para ali, em Cascais, se darem os primeiros passos no desenho desse novo mapa nas relações entre a Europa e a África.
Durão Barroso, presidente do Goldman Sachs International falou da importância da “realização deste Fórum em Portugal e em Cascais, para estabelecer novas coligações”, sustentando que “à relação entre a Europa e África tem, por vezes, faltado um seguimento às decisões tomadas ao nível político, pelos mais altos responsáveis”. O ex-presidente da Comissão Europeia referiu-se à “ajuda ao desenvolvimento que tem sido feito pela União Europeia, de longe o maior dador de ajuda ao desenvolvimento”, mas ressalvando que sendo importante “não é isso que vai resolver o problema de África”. Para Durão Barroso “África precisa de investimento público e privado, comércio, tecnologia, ciência e educação”, e aí, acrescentou “o sector privado e as sociedades, não apenas ao sector económico, as escolas, os media, podem ter um papel muito importante”. Durão Barroso defende que o ideal é conseguir “envolver os representantes da chamada sociedade civil, nomeadamente a comunidade de negócios africana e europeia”.
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa destacaria exatamente a importância dessa junção de várias formas de diplomacia: “a clássica e uma diplomacia mais informal, mas não menos eficiente”, disse.