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Paulo Gonzo: 40 anos de canções a encher o coração de milhares
PAULO GONZO: " UMA NOITE ESPETACULAR EM CASCAIS" E O PÚBLICO PEDIU BIS
Chama-se Alberto Paulo, mas “já nem a mãe o chama Alberto”, nem ele se reconhece noutro nome que não seja Paulo Gonzo, “até me esqueço do meu nome”, confessa. Continua a deter o título de “autor do disco que mais vendeu na história da música portuguesa”, com “Jardins Proibidos”. A voz, essa contínua potente e única e, sobretudo intocável, não acusando qualquer sinal de desgaste. Com mais de meio milhão de discos vendidos, Paulo Gonzo é uma referência obrigatória da música Pop produzida em Portugal nas últimas quatro décadas.
Paulo Gonzo subiu ao palco das Festas do Mar com a segurança de quem já anda nestas andanças há algum tempo. Que sabe perfeitamente dar às pessoas aquilo que elas querem. Por isso, a baía encheu, com muita gente à espera de ouvir os clássicos de uma carreira cheia de sucessos.
A prova de que as pessoas seguem a longa carreira de um músico é quando, nos concertos, sabem de cor todas as suas canções, mesmo as mais recentes. E isso aconteceu neste espétaculo, o público acompanhou o músico do princípio ao fim, desde as músicas mais icónicas até às do último álbum "Diz-me Tu" (2017).
É sabido que Paulo Gonzo gosta de duetos, por isso não foi de estranhar que um dos momentos mais aplaudidos do concerto tenha sido o duo com a estreante de 16 anos, Rosinha Lobo Antunes, num emblemático blues " Jealous Kind" de Ray Charles, a mostrar que a voz não tem idade.
"Quero um amor maior que eu, Cascais", cantou Paulo Gonzo e o público não se fez rogado e aceitou o convite de telemóveis em punho e braços a marcar o ritmo da emoção. Mas, Paulo Gonzo continuaria a solicitar a participação dos muitos fans presentes com as músicas seguintes como " Falamos Depois" e principalmente, "Sei-te de Cor". A partir daí o jogo estava ganho e Gonzo foi sempre a subir: O público "preferiu não se calar" e "sabia-as de cor".
"Encontrei aqui um público extraordinário. Cantei músicas que não era suposto cantar mas tomei ali o pulso de milhares de pessoas, gosto de em cima do palco mudar algumas coisas, mas isso faz parte do espetáculo e foi como se estivéssemos em casa.", afirmou o músico logo após o concerto, acrescentando que "o momento alto do concerto foi o público".
Ainda que Paulo Gonzo continue a compor novos temas, o público parece nunca se cansar de ouvir “Jardins Proibidos”, “So Do I” e “Quase Tudo”. Músicas intemporais que fazem parte do nosso imaginário, das quais já nos apropriámos e que contam histórias em que nos revemos, autêntica banda sonora das nossas vidas. É o próprio artista a reconhecer que as suas músicas “estão no melhor e pior das vidas das pessoas”.
ENOQUE - UMA ESTRELA SOUL BRILHOU NA BAÍA DE CASCAIS
Há quem diga que Enoque é a nova estrela Soul da música portuguesa. Não há dúvida que a música do autor de “Na Tua Mão”, é muito marcada pela Soul e pelo R&B e bastante música afroamericana. Stevie Wonder, Marvin Gaye, Michael Jackson e Justin Timberlake são nomes que o músico reconhece lhe inspiraram a batida.
Esta terça-feira, Enoque estreou-se perante o público cascalense, com as músicas em nome próprio. Uma vez que o artista já tinha subido ao palco das Festa do Mar, mas sempre em concertos de outros. Disposto a oferecer “alegria e boa disposição” a quem o viesse ouvir, Enoque cumpriu o prometido e o público retribuiu em força, mostrando que o palco das Festas do Mar tem esse potencial de lançar principiantes em auspiciosas carreiras.
Enoque é possuidor de uma energia contagiante em palco e logo nos primeiros temas " Jura", "Dança" ou "Quando estás aqui" conseguiu pôr toda a gente a dançar. Mas, um dos momentos mais empáticos com o público seria com a música da Áurea " I Feel Love Inside" em que se ouviu um coro de vozes afinadas vindo da audiência.
" Ainda estou aqui a recuperar o folêgo desta noite fantástica em que o pessoal aderiu mesmo muito ao concerto", afirmou Enoque instantes após sair do palco e ainda com as emoções à flor da pele. Um concerto em que Enoque fez juz ao nome do seu primeiro álbum "Na Tua Mão", ao ter, literalmente, o público cascalense "na sua mão".
Madrepaz, a banda que teve a seu cargo a animação do Palco da Cidadela esta tarde, participou no Festival da Canção de 2019 com o tema “O Mundo a Mudar” e “Bonanza” é o seu mais recente álbum, lançado em 2018. Pedro da Rosa e Canina definem a sua música: “somos uma banda daquilo que a chamamos de pop xamânica, que é o resultado das nossas influências e das nossas vivências”. As Festas do Mar continuam, assim, a dar voz a novos e originais projetos musicais, desta vez no Palco B, dias 22, 23 e 25 de agosto, às 18h30.(PL)