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O Fado fez-se ouvir nas Festas do Mar
Mariza: uma “forma de vida” nada estranha
A voz inconfundível de Mariza marcou a noite desta sexta-feira, 1 de setembro, nas Festas do Mar. O fado da artista lusa tocou a alma e aqueceu os corações dos milhares de pessoas que encheram a Baía de Cascais. A fadista arrancou o seu concerto com o mítico fado “Estranha Forma de Vida”, que na sua voz parece resistir ainda melhor à passagem do tempo. Seguiram-se “Semente Viva”, “Beijo de Saudade”, “O Tempo Não Pára”, “Chuva”, “Lágrima” e “Quem Me Dera”. Durante o tema seguinte, “Melhor de Mim”, foi possível ouvir os espetadores a elogiar a beleza desta canção, com letra escrita por AC Firmino e música composta por Tiago Machado, e que faz parte do álbum "Mundo", lançado por Mariza em 2015. Seguiram-se as canções “Primavera” e “Limão”, até que chegou a animada “Maria Joana”, com o público a cantar em uníssono o nome da protagonista da música. “Oiça Lá ó Senhor Vinho” e “Rosa Branca” continuaram a fazer o público abanar a anca, até que chegou um dos momentos mais aguardados nos concertos de Mariza. O tema “Ó Gente da Minha Terra” emocionou gentes todas as idades, numa interpretação soberba da fadista, que voltaria ainda a palco para cantar o tema “Casa” e fechar o concerto com “Barco Negro”. No final do espetáculo, os milhares de pessoas presentes na Baía de Cascais aplaudiram efusivamente a fadista, naquela que foi uma noite para mais tarde recordar.
Zé Maria aqueceu a Baía da Cascais
No dia em que o Fado chegou às Festas do Mar, coube ao fadista Zé Maria abrir o palco principal. O fadista lidou bem com a responsabilidade de atuar antes da consagrada Mariza e, com a sua voz melodiosa e bem timbrada, cantou fados do seu disco de estreia “Zé Maria”, entre outros temas, numa junção do fado contemporâneo com o fado tradicional. O artista, que também é pintor, esteve muito bem acompanhado em palco por Bernardo Couto (guitarra portuguesa), João Filipe (viola de fado) e Francisco Gaspar (viola baixo). O público aprovou o talento e a entrega dos músicos ao concerto.
Palco Sagres: a química incrível dos Mind Mojo
Esta sexta-feira, o Palco Sagres recebeu os Mind Mojo, uma banda de Lisboa formada em 2021 e que tem uma química incrível que se contagia para fora do palco. A banda constituída por Bruno Barrué (bateria), Hugo Portugal (guitarra), Samuel Pacheco (voz e teclado), Mariana Silveira (back vocal) e Eduardo Santiago (baixo), tem foco na exploração do universo do songwriting e apresentaram-se, sobretudo, com originais. O Jazz, Pop, Funk, R&B, Soul e até um toque de Rock, refletem-se na sonoridade do grupo que provou já ter uma legião de fãs em Cascais, apesar da sua ainda recente formação. Um fim de tarde cheio de boas vibrações, com os Mind Mojo a proporcionar ao público uma excelente experiência ao vivo.
Silêncio que se vai cantar “O Fado à Janela”
Como já vem sendo tradição, a sexta-feira à noite nas Festas do Mar é dedicada ao Fado. Para além de ser Património Imaterial da Humanidade, o Fado faz parte das nossas raízes e é um dos maiores símbolos identitários de Portugal. As novas gerações de fadistas têm demonstrado que este é um género musical que pode agradar a todas as idades. A prova disso mesmo é o sucesso que o “Fado à Janela” tem vindo a fazer nas Festas do Mar, nestes últimos anos. Com um enquadramento belíssimo dado pelo edifício dos Paços do Concelho iluminado, este é um momento único que surpreende e cativa quem por ali passa, mesmo quem, habitualmente, não ouve Fado. Este ano coube a Sara Paixão e a Francisco Salvação Barreto o desafio de cantarem à janela durante quase uma hora, proporcionando um dos momentos mais bonitos e “tão nosso” das Festas do Mar.
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