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Mulheres em tempo de pandemia

Mais desafios para todas as que lutam diariamente
Hoje, Dia Internacional da Mulher, apresentamos histórias de 5 mulheres – que estão na linha da frente ou que foram, para o seu tempo, mulheres que lutaram para ter formação e assumir profissões até aí reservadas a homens. 
 
A São, a Joana, a Cátia, a Clara e a Isabel são todas as mulheres. São exemplos de superação, de trabalho, de paixão por ajudar os outros. E o caminho pela igualdade de oportunidades vai-se fazendo com muitas conquistas.
 
Desafios constantes. Esta sempre foi a realidade das mulheres em todo o mundo – no conciliar a vida profissional, a vida pessoal, o ser mãe e companheira, mas ao mesmo tempo ser independente, corajosa, opinativa, bonita e inteligente. Loura, morena, ruiva. Com e sem rugas. Meninas, adolescentes, mulheres, sejam jovens ou mais maduras.
 
Um ano de pandemia e todos, mulheres e homens, toda uma sociedade teve de se reorganizar – no teletrabalho, na telescola, nas situações de lay-off, nas situações imperativas de trabalho, no desemprego... -enfim, nas exigências e inúmeras circunstâncias que esta “nova normalidade” nos trouxe. 
 
E muito se tem evoluído. A capacidade e a tenacidade das mulheres levaram-nas a conquistar um lugar imprescindível numa sociedade patriarcal. 
 
Pelo papel que desempenham na sociedade, as mulheres têm estado na linha da frente no combate à Covid-19. A avaliar pelos números de inscritos na Ordem de Enfermeiros (mais de 64 mil mulheres e 13 mil homens em Portugal e 866 mulheres e 162 homens em Cascais) e na Ordem dos Médicos (mais de 32 mil e 25 mil homens em Portugal e 891 mulheres e 736 homens em Cascais), a grande maioria dos profissionais de saúde é do sexo feminino. 
 
Acresce ainda a estes números, os números de prestadores de cuidados profissionais em lares e residências a pessoas idosas e a pessoas com deficiência, bem como o número de profissionais encarregados de serviços de limpeza que tradicionalmente correspondem maioritariamente a mulheres. Estes são apenas alguns dos grupos profissionais que têm tido um papel e um desempenho determinante durante toda a crise sanitária. São na sua maioria profissões em que a representação de acordo com o sexo denota ainda uma grande assimetria e que por isso expõem, nestes casos, mais mulheres do que homens aos riscos de infeção pela covid-19 e ao desgaste que estas profissões estão a vivenciar durante este período.
 
Para além destes, há ainda outros desafios que se colocam a muitas outras mulheres no atual contexto pandémico. Face ao encerramento das escolas e ao facto de já antes a maioria das responsabilidades relacionadas com as tarefas domésticas e com o cuidado recaírem sobre as mulheres, é de salientar que existe um aumento significativo da carga de trabalho no espaço doméstico que muitas das vezes tem de conciliar com o desempenho das funções profissionais em teletrabalho. Uma corrida sem sair de casa - entre o trabalho, as refeições, a limpeza e os filhos. Esta situação é ainda mais agravada nos casos de famílias monoparentais, formadas sobretudo por mulheres e crianças.
 
Acresce ainda neste contexto alertar para o maior risco de escalada de violência doméstica.  As vítimas, sobretudo mulheres e crianças, em tempos de confinamento, ficam mais expostas a quem as agride e em dificuldades acrescidas a conseguir recorrer a uma linha de apoio.
 
Celebrar o 8 de março significa assim refletir sobre a atualidade e sobre o progresso a nível de direitos humanos, o que já se conquistou e o que falta conquistar, e honrar a coragem e determinação das mulheres que ajudaram, e continuam a ajudar, a redefinir a história, local e globalmente. É um dia de tomada de consciência, de olharmos criticamente a realidade e de se reforçar a intenção de contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.
 
Factos Curiosos de uma realidade há menos de 5 décadas 
 
A história do sex. XX nas sociedades ocidentais é também a história da luta das mulheres por melhores condições de trabalho, melhores salários, pelo direito a votar… até mesmo pelo direito a viajar sozinhas. Realidades que nos parecem óbvias, não o eram de todo há menos de 5 décadas no nosso país.
Façamos um exercício – vamos remeter alguns exemplos do que não era acessível às mulheres antes de 1974. Curiosos?
 
Direito ao voto - As mulheres apenas tiveram direito de voto universal nas primeiras eleições pós-25 de Abril, em 1975. Até então, as mulheres só tinham acesso ao direito ao voto com o curso de liceu ou sendo “chefes de família”. No entanto, mesmo que se tratasse do primeiro caso, e fossem instruídas, estas perderiam o direito ao voto se  fossem casadas com um marido capaz de votar.

Privacidade – As atuais passwords de e-mail, contas de Facebook, titularidade de uma conta num banco, pin de telemóvel, códigos de segurança. Tudo aquilo que hoje se pensa que deveria ser do seu – e só seu – conhecimento, em 1974 não era. O Código Civil de 1966 determinava que os maridos tinham o direito de abrir a correspondência das mulheres. A lei só viria a ser alterada dois anos depois.

Trabalho e carreira - Estima-se que antes de 1974, as mulheres ganhavam menos 40 por cento do que os homens. Além disso, estas estavam impedidas de enveredar por determinadas carreiras. Só depois do 25 de abril foi tornado possível que as mulheres se candidatassem à magistratura judicial, ao ministério público e aos quadros de funcionários da justiça. Também todos os cargos de carreira administrativa local e carreira diplomática estavam interditos aos indivíduos do sexo feminino até 1974.

Casamento e liberdade - O casamento católico era absolutamente indissolúvel. Só com o decreto de lei no ano seguinte, em 1975, é que se faria uma alteração do artigo XXIV da Concordata, passando os casamentos católicos a poder obter o divórcio civil.
Professoras, enfermeiras ou hospedeiras de bordo eram proibidas de casar sem o consentimento do governo… Quão estranho tudo isto nos parece hoje

O caminho pela igualdade de oportunidades entre homens e mulheres tem sido um caminho longo. Muito já se conquistou, mas há ainda bastante caminho a percorrer.

Leia aqui as Histórias:
Anunciação Gonçalves

MS/CMC

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