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Horasis Global Meeting: 1500 participantes de 70 países debatem a globalização

A partir de hoje, sábado, e até à próxima terça-feira, Cascais vai ser a casa de 800 oradores de 70 países, com porta aberta para 1500 participantes que estão a moldar a agenda do futuro, num dos mais prestigiados fóruns globais. Os desafios da globalização é o grande tema desta 4ª edição do Horasis Global Meeting que está a colocar frente a frente políticos, empresários e especialistas no Centro de Congressos do Estoril.

Neste primeiro dia, um dos painéis mais catalisadores de atenção foi aquele que abordou a competitividade, o crescimento económico a longo termo e como criar emprego e fomentar o bem-estar das populações no contexto da globalização. Como oradores, para além do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, estiveram Pier Luigi Gilibert, Chefe Executivo do Fundo Europeu de Investimento, Domenico Lepore, fundador do Intelligent Management, Inc (Canadá), Margarida Matos Rosa, Presidente da Autoridade Portuguesa da Concorrência.  

A necessidade de existência, quer em países e regiões, quer nas cidades, plataformas que sustentem estratégias de competitividade e que facilitem o crescimento foi uma das ideias chave do debate moderado por Nkem Khumbah, Chairman do Africa Development Futures Group (ADFG).

“Quando se trata de competitividade não há uma medida que sirva a todos”, referiu Vieira da Silva, sublinhando que a globalização veio mudar o paradigma em que assenta a competitividade: “ Se antes a competitividade se baseava no preço mais baixo, hoje assenta na diferenciação e especialização da oferta de bens e serviços”, aludiu o Ministro, acrescentando que “Também na criação de emprego a palavra-chave é a especialização e a flexibilidade”.

A necessidade de se apostar no capital humano, designadamente, na educação e na formação, fomentando competências adaptadas a futuras necessidades dos mercados para incrementar a competitividade, o crescimento das economias e fomentar a criação de emprego foi uma das primeiras conclusões deste Global Meeting. 

“ Um dos desafios que hoje os países enfrentam com a globalização é a necessidade de reter as pessoas mais qualificadas e a capacidade de atrair pessoas com mais competências provenientes de todo o mundo”, afirmou ainda Vieira da Silva.

A ideia de que numa sociedade mais competitiva, investir no “conhecimento cria mais e melhor emprego” foi também expressada no painel que contou com a presença de Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e também de Michael D. Brown, Senador do Distrito da Columbia (EUA) e Jerzy Kwiecinski, Ministro do Investimento da Polónia.

A necessidade de um modelo colaborativo entre entidades públicas e privadas para promover o emprego, a competitividade e a coesão económica foi a ideia chave defendida por Manuel Heitor que deu o exemplo concreto de Cascais: “Está a ser instalado aqui em Cascais um laboratório colaborativo entre diversas instituições públicas, empresas e instituições privadas de investigação que integra tecnologias espaciais e oceânicas". Para o Ministro do Ambiente este polo do Centro Internacional de Investigação do Atlântico que já existe na Europa, África e América Latina, "vai criar emprego e tem preocupações ambientais”, acrescentando, ainda, que" irá abrir em Cascais o diálogo às várias formas de olhar o mundo e, sobretudo, trazer novas tecnologias e novas formas de observar a Terra”.

Também para o Ministro do Investimento da Polónia “ A educação é a chave do futuro”, sendo que a educação é “o investimento mais valioso que qualquer país pode fazer”. O Ministro refere também que um dos maiores problemas que a Polónia enfrenta com a globalização é “a fuga daqueles que têm mais qualificações e competências para os países onde têm melhores condições e oportunidades de negócio".

Outro dos temas na ordem do dia debatidos nesta 4ª edição do Horasis Global Meeting foi as alterações climatéricas e as políticas de mitigação das suas consequências.  

Neste painel, moderado por Pedro Amaral Jorge, Presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis, estiveram como oradores João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e Transição Energética, Andreas Gürtler, Diretor- Fundador do EiiF – European Industrial Insulation Foundation (Suíça), Marjolein Helder, Fundador e Chefe Executivo do Plant-e ( Holanda) e Eliot Whittington, Diretor da Corporate Leaders Group do Princípe de Gales (Reino Unido).

À questão colocada sobre o que estão os países a fazer para cumprirem o Acordo de Paris relativo ao clima e à energia, o Ministro do Ambiente salientou que Portugal está numa posição muito privilegiada no que é o combate às alterações climáticas, designadamente no seu roteiro da neutralidade carbónica. “Somos o primeiro país do mundo a assumir que vamos ser neutros em carbono em 2050”, afirmou o Ministro.

Para Andreias Gürtler o grande desafio é “ como convencemos as pessoas a mudarem o seu comportamento no dia-a-dia”. Também para Marjolein Helder a parte positiva é que se está a fomentar o diálogo e a discussão em torno deste tema, mas, “ainda há quem argumente que se está a gastar muito dinheiro nesta questão”. A representante holandesa deixa ainda um elogio a Portugal pelas suas políticas de combate às alterações climáticas: “ Agrada-me saber o que se está a fazer aqui em Portugal e quem sabe se vocês não são uma inspiração para os outros países”, referiu.

Para Manuel Heitor, o Ambiente será “a grande causa da nova geração”, acrescentando que “estamos a enfrentar grandes desafios”, mas para Eliot Whittington, reportando-se ao que os países europeus estão a fazer, designadamente o Reino Unido, “ A Europa está a agir bem sobre a emissão 0 carbono mas isso não é suficiente” e deixa o recado: “as industrias no futuro terão que estar ainda mais comprometidas com as energias verdes”.

O debate neste Encontro Global vai continuar amanhã, domingo, com temas que fervilham a atualidade como a Renovação da União Europeia, a Re-globalização do Comércio, os EUA e a Fragilidade da Globalização, a Próxima Crise Financeira (será que vem aí?) ou a Liderança no Século XXI, entre outros.  (PL)

       

     

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