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Festas do Mar: Este domingo Cascais foi dos Resistência

Duelo musical entre os titãs Resistência e a promissora Carolina de Deus

"Ninguém é de ninguém" mas, este domingo, Cascais pertenceu aos Resistência que, assim, regressaram a casa." E que bem que se está em casa!" gritou Miguel Ângelo do palco para milhares de pessoas que inundaram a Baía, numa das maiores enchentes destas quatro noites de concertos. Momentos antes a mais nova e promissora geração de músicos portugueses, representada por Carolina de Deus, já tinha aquecido o ambiente. O tempo ajudou a compor uma noite espetacular com todos os ingredientes para mais uma vez se fazer história nas Festas do Mar. A bem da música portuguesa.  

Os Resistência são como o vinho do Porto

Quanto mais velhos, melhor! É o que nos apraz dizer dos Resistência que tomaram conta de Cascais domingo. São e serão sempre uma das mais emblemáticas formações da música portuguesa, responsável por alguns inesquecíveis sucessos que desde os anos 90 encantam sucessivas gerações.A alma genuína que juntos imprimem às versões de músicas das bandas de que são originários, perpetuam estes temas no tempo. Com os Resistência estas canções ganham nova vida e passam de boca em boca, de geração em geração. Em 2021, os Resistência celebraram 30 anos de história. 

"E as pessoas continuam a ouvir e a cantar estas canções que têm décadas. E porque não? As pessoas também continuam a ouvir Mozart e Bach, não é?" respondeu a sorrir Miguel Ângelo. E as imagens da plateia que passavam nos ecrãs gigantes confirmam. Gente muito nova e até crianças sabem as letras de cor de " Nasce Selvagem" ou "Circo de Feras". 

Os Resistência tiveram um período inativos, mas depois regressaram. Era para ser só mais um concerto e ainda aqui estão "enquanto houver estrada para andar, ventos e marés, não vão parar". Talvez, porque este deixou de ser um projeto de pertença só dos músicos que o compõem, para passar a ser património cultural de um povo, de um país e estas músicas já fazem parte do cancioneiro popular português. Os Resistência são mais do que uma banda, mais do que um grupo de muito bons músicos a tocarem juntos, são um ponto de união entre todos os que falam a língua portuguesa e estão ligados pela forte identidade da Lusofonia. Os Resistência são a celebração da música portuguesa e por isso ficam tão bem nas Festas do Mar. 

E o concerto deste domingo foi bonito de se ver, possante de se sentir. As vozes em uníssono a entoar canções de amor e de paz, de união e de sonho, por um público de várias gerações, dos avós que sempre acompanharam de perto a história dos Resistência, que passaram as canções aos filhos e que agora, estes, ensinam aos netos. Nunca um nome esteve tão apropriado a uma banda. Resistir porque o público não os deixa desistir.

Momentos altos do concerto? Foram todos. Houve versos de rebeldia, hinos à liberdade, palavras que derrubam muros e constroem escadas. Houve "Não à guerra" e apelos à Paz e ao entendimento entre todos os povos e todas as culturas. E houve milhares conetados pelas mesmas emoções a cantarem "Aquele Inverno" com a solidariedade na voz  para com o sofrimento da Ucrânia. "Pode ser que nos estejam a ouvir de Bucha", alvitrou Miguel Ângelo, já que esta cidade ucraniana foi recentemente geminada com Cascais e os concertos das Festas do Mar estão a ser transmitidos, através da rádio RFM, para todo o mundo, incluindo para as cidades geminadas com o município.   

Carolina de Deus: a promissora voz da Pop nacional

Carolina de Deus abriu o palco da Baía este domingo, com a árdua tarefa de “aquecer” o ambiente para o concerto seguinte com uma das bandas “clássicas” mais acarinhadas pelo público. À partida uma tarefa ingrata para a jovem cantora, cujo concerto coincidiria com a hora da habitual ronda às muitas ofertas gastronómicas no recinto das Festa do Mar. Mas, a prova foi superada e a jovem lisboeta que canta “Talvez”, tema que rompeu as rádios nacionais e escalou os TOPs em tempo record, justificou porque é a artista portuguesa #1 nas procuras do Shazam em território nacional.

Finalista do concurso televisivo La Banda, Carolina de Deus veio a Cascais mostrar porque conquistou um lugar próprio nos grandes palcos, apesar da sua muito recente carreira. A inspiração vai buscá-la a diferentes backgrounds e estilos musicais desde Amy Winehouse, The Beatles, até Bárbara Tinoco, Jorge Palma ou António Zambujo.

“Querido Futuro”, é o tema em nome próprio que sucedeu a 'Talvez' e o público cascalense mostrou que está atento e sabia a letra de cor. Com uma firme presença em palco, apesar da pouca experiência nestas andanças ao vivo, Carolina de Deus deu bem conta do recado. Palco e público já bem quentinhos para os Resistência. 

Carolina de Deus não se limita a cantar bem covers, ela confere outro olhar e cria versões únicas de grandes sucessos musicais sem medos. Billie Jean de Michael Jackson foi uma agradável surpresa. uma versão muito chill out com notas jazzisticas à mistura e muito aplaudida pelo público.   

Matheus Paraízo estreia-se no Palco Cascais com temas em nome próprio

Matheus Paraizo aproveitou a oportunidade de tocar num dos palcos das Festas do Mar, para se aventurar num primeiro concerto com temas de sua autoria. Foi, talvez, o artista que mais publico conseguiu juntar no recinto junto ao Forte da Cidadela. Foi um concerto muito emotivo e genuino recheado de temas como "Ingrato", "Nada muda", "Compreender" ou, o mais emocional de todos "Suplício" em que o cantautor de expôs e cativou o público.

Os concertos regressam na próxima quinta-feira, dia 1 de setembro, mas as Festas do Mar continuam sem interrupções, com oferta gastronómica e artesanato todos os dias, até 4 de setembro. VER CARTAZ

CMC | PL| BN| CB| Fotos ©JorgeMartin/CMC

Cascais Digital

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