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A Festa da Música Portuguesa no EDPCOOLJAZZ

A voz e a música vestiram as cores nacionais este sábado

Miguel Araújo lançou o seu 6º disco em março deste ano, mas mais do que apresentar os temas de Chá Lá Lá, o músico do Porto trouxe a Cascais um concerto intimista e envolvente.

O único nome português como cabeça de cartaz do EDPCOOLJAZZ, Miguel Araújo partilhou o palco do Hipódromo Manuel Possolo com o seu “herói de infância” Rui Veloso, mas também com novos talentos da música nacional, Tiago Nacarato (que atuou também no festival este sábado) e Mimi Froes.

Tiago Nacarato mostrou porque é o “menino bonito” da música lusa

Num final de tarde sem vento, mas com o calor deste sábado a aliviar, Tiago Nacarato provou porque é que os novos talentos também têm lugar num festival com conceituados nomes internacionais no cartaz.

Tiago Nacarato editou o seu primeiro álbum, “Lugar Comum”, tendo entrado diretamente no Top Nacional de Álbuns Mais Vendidos. A música “A Dança” foi nomeada para o Globo de Ouro de Melhor Canção 2018. E foi com esse tema que Tiago Nacarato começou o espetáculo que não defraudou o público ao escolher a única noite do cartaz do EDPCOOLJAZZ dedicada à música portuguesa. Os sons quentes inspirados no samba e na bossa nova misturados com as influências lusas e a voz ora melodiosa ora imponente de Tiago aqueceram a audiência que não se fez esperar para acompanhar o músico com palmas e passos de dança. Um concerto que só surpreendeu os que não acompanham a energia ao vivo do menino bonito da pop nacional. 

Miguel Araújo pôs todos a cantarem em uníssono

A noite abraçava o dia quando o autor de O Marido das Outras subiu ao palco do Hipódromo Manuel Possolo. Passaram mais de 10 anos desde que o guitarrista dos Azeitonas se transformou numa das estrelas da música pop portuguesa. Como se já não soubéssemos este concerto deixou mais uma vez claro que as canções de Miguel Araújo resistem à erosão dos tempos e tempestades. Miguel Araújo vai à alma das coisas, mostrando a beleza singela das coisas simples. Não são só os acordes musicais, é o sopro do coração, a vibração das cordas, o mel da voz que embalou o público com canções que são já clássicos entoados por todas as gerações.

"É uma honra pisar o palco onde vi coisas mágicas acontecerem e ouvi músicos que tanto me influenciaram", confessou Miguel Araújo, acrescentando que esta noite é o "concretizar um sonho na minha carreira". 

O espetáculo começou num tom mais intimista, sendo que um dos pontos altos não se fez esperar. A música "Valsa Redonda" cantada a três com Mimi Froes e Tiago Nacarato e que agarrou logo a eclética audiência que irrompeu expontaneamente em palmas durante a prestação do trio. 

Mas, foi quando Rui Veloso entrou em cena que as coisas animaram ainda mais. "O herói de infância" como confessou Miguel Araújo sobre o pai de Chico Fininho, teve uma enorme ovação de boas-vindas do público cascalense. "Gosto muito do público de Cascais", referiu Miguel Araújo, "São mesmo conhecedores de música e muito exigentes", acrescentou. 

Miguel Araújo e Rui Veloso foram alterando entre canções de autoria de um e de outro. A relação entre os dois músicos já vem detrás, já que Rui Veloso produziu o primeiro disco dos Azeitonas. Este sábado protagonizaram dos momentos mais especiais da 17ª edição do EDPCOOLJAZZ. Memoráveis vão ficar os improvisados duelos de guitarras entre os dois músicos que levaram o público ao delírio em músicas como Má Fortuna, Sangemil (inspirada na banda dos tios de Miguel Araújo que ensaiavam no sotão da avó), e sobretudo, Prometido é Devido, aplaudida de pé. 

O Pica do 7 e Maridos puseram todos a cantar em uníssono, sendo esta última totalmente cantada pelo público, com o músico a dar o mote e a marcar o ritmo. Mas, seria com Aviões, já no encore, e com Rui Veloso novamente em palco que se deu a apoteose, sobretudo, no despique das guitarras com o acordeão de João Salcedo. São momentos destes irrepetíveis que fazem as noites inesquecíveis, com a metereologia a ajudar. Nem pinga de vento no Hipódromo Manuel Possolo. Até Rui Veloso reparou nessa raridade, a ausência da nortada típica das noites de julho em Cascais. E os astros assim se conjugaram para nos proporcionar magia!

Diogo Alexandre e os patos do Parque

Ainda durante a tarde, o Jazz do baterista Diogo Alexandre deu o mote no Parque Marechal Carmona para os concertos da noite. Diogo Alexandre fez-se notar na festa do jazz de 2019. O baterista tem vindo a demonstrar que é um dos nomes a reter no meio jazzístico nacional. Esta tarde de sábado, com o Parque Marechal Carmona como cenário, Diogo Alexandre estava como peixe na água, ou diríamos, como pato, já que o baterista teve que partilhar as atenções com os patinhos que pululavam no relvado, mostrando-se perfeitamente integrados com os humanos.  Ouvimos um músico adulto, experimental, que mistura sem medos estilos e ideias para a construção de uma música com voz própria.

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