EDPCOOLJAZZ: Yann Tiersen surpreende com espetáculo inovador

O criador das bandas sonoras de Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain e Goodbye, Lenine! subiu ao palco do EDPCOOLJAZZ esta quinta-feira, em Cascais, para surpreender a legião de fãs que tem em Portugal. Yann Tiersen apresentou ao público português o seu novo álbum “Kerber”, uma experiência sonora e visual única que surpreendeu até aqueles que já estão habituados com a originalidade do músico. Na mesma noite, Quinquis apresentou o novo álbum “Seim”. Ainda a noite era uma promessa, o Mateus Saldanha Trio trouxe ventos lusos para refrescar o ambiente, com as vibrações jazz e groove a combinar com a luz quente do ocaso.    

Yann Tiersen transportou o público para a sua ilha bretã

O músico e compositor francês guiou o público através de uma viagem sensorial e envolvente, mostrando porque é considerado um nome incontornável da música contemporânea francesa. Kerber tem o nome de uma capela numa pequena vila na ilha bretã de Ushant, a qual Tiersen chama de casa. O álbum foi gravado em The Eskal, o estúdio construído em Ushant localizada 30 quilômetros da costa oeste de Brittany no Mar Celta. Cada faixa do álbum está ligada a um local, transportando-nos para a paisagem que circunda a casa de Tiersen.

Os espetaculares efeitos de luz enrolam as notas eletrónicas misturadas com os sons naturais de Ushant. O minimalismo casa-se com a exuberância da tecnologia, deixando o seu criador num segundo plano, atrás no palco, mediado por uma tela semi-transparente onde todo o espetáculo se desenrola.    

Este é considerado um novo capítulo no trabalho do artista bretão e o mais abertamente eletrónico até o momento. Uma experiência imersiva onde os tons suaves se fundem com a eletrônica pulsante e um ambiente intenso; do lado de cá, casa cheia para aplaudir com entusiasmo o surpreendente espetáculo que trouxe um pouco da Bretanha a Cascais. 

Quinquis transformou o palco num universo sonoro cinematográfico e intímo

A multi-instrumentista Émilie Tiersen que soma mais de 10 anos de experiência, apresentou o novo álbum, intitulado "Seim"que inclui dez temas sutilmente sintetizados, com idiomas raros como o bretão e feroês, criando um universo sonoro cinematográfico e íntimo. Foi a estreia de Quinquis nos palcos nacionais. 

Émilie canta em bretão, sendo a língua para ela uma forma viva de contar sobre as culturas e sua diversidade. A música de Quinquis conecta mundos enquanto é inteiramente sua, portanto, em perfeita sintonia com o espiríto cool, global, mas valorizando o local e a diversidade, do festival de Cascais. 

Ventos lusos, talentos novos

 A música portuguesa tem também grande destaque nesta 17ª edição do EDP Cool Jazz, com uma aposta clara em novos talentos de que é exemplo Mateus Saldanha Trio que “aqueceu” o público para os concertos principais. É na Escola Superior de Música de Lisboa que Mateus Saldanha busca a depuração do seu talento. A guitarra é o ponto de partida para esta exploração em trio, que inclui ainda Nelson Cascais (contrabaixo) e Francisco Gomes (bateria). As notas jazzisticas e groove soaram no declinar perfeito de um entardecer de verão. Famílias, amigos, pessoas sós ou aos pares, crianças, jovens, outros mais velhos, de todas as idades, sentados na relva, reclinados nos puffs ou deitados em mantas, bebericando a sua bebida favorita, a provar que este festival é intergeracional e para todos os gostos e feitios. 

CMC | PL | AG | BN