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Do Mar para o Prato

Terra de pescadores, em Cascais a tradição continua viva. Acompanhámos o pescador Carlos Ambrósio e o chef Vítor Sobral numa pescaria que terminou no prato.

Um dia nublado em que o sol teimou em não aparecer. Com ponto de encontro marcado para a Baía de Cascais, embarcámos numa ida à pesca em busca do almoço. Parece simples, mas nem sempre é, conforme explica quem há muito tempo fez desta paixão a sua profissão.

“Há dias bons e há dias maus, mas ser pescador acaba por ser uma liberdade muito grande,” revela Ambrósio, destacando o contato com a natureza, o mar, o nascer ou pôr do sol, e outros momentos únicos que a profissão lhe permite viver: “às vezes sinto-me um privilegiado,” desabafa.

Todos os dias são diferentes e esse desafio acaba por ser motivador para Carlos. Mas esta liberdade obriga também a que encontre um equilíbrio.

“No mar tem muito a ver com a ambundância de peixe, com as condições climatéricas ou o preço do peixe em lota, há uma série de fatores. Como dizemos na pesca - dias de muito, vésperas de nada. Gerir os dinheiros é o mais importante,” salienta o pescador que comprou o primeiro barco há mais de 20 anos.

Desde então muito mudou, cresceu como pescador, tem banca própria e fornece peixe para restaurantes de chefs bastante conhecidos do público. Fala de peixe com o mesmo amor com que fala de pesca e dos momentos únicos que vive aqui, e embora o peixe já não vá do mar para o prato, porque a lei não o permite, quando chega à lota tenta ficar com o seu peixe ou comprar o de pescadores conhecidos: “Conheço a história de todo o peixe com que trabalho, porque quando sou eu que o compro, sei quem é que o capturou e como e quando foi capturado.”

Do Mar para o Prato

É também com esta convicção que Ambrósio levou Vítor Sobral nesta pescaria. E, embora neste dia a pesca não tenha sido ambundante, houve laços mais fortes que se criaram: “apanhou-se qualquer coisa, nada é que é nada. Só o ir e vir, e chegarmos aqui onde estamos agora já acaba por ser uma vitória,” concluiu Ambrósio.

Ao longo da pescaria trocaram várias ideias e impressões, próprias de quem pesca e de quem cozinha. Porque afinal, acima de tudo, foi o peixe que os uniu.

“Começámos a, para além de ele me fornecer peixe, a comermos peixe juntos e culminou com irmos à pesca. Já tinha ido algumas vezes à pesca em Cascais mas não com o Ambrósio e não com alguém que eu tivesse tanta proximidade. Foi uma ótima experiência,” explica Vítor Sobral.

Sai um arroz de robalo

Da Baía de Cascais seguimos para um dos restaurantes do chef com dois robalos atrás. É hora de cozinhar e aprender com um dos melhores, que rápido prepara uma receita de Arroz de Robalo, favas, abóbora e hortelã.

“O peixe é corado só do lado da pele e depois cozinha. Levantei os lombos do peixe e fiz o caldo com as espinhas. Depois cozinha o resto no arroz e os legumes em função da cozedura deles. O arroz de peixe dá para colocar os legumes que nós acharmos que devemos colocar,” revela o chef Vítor Sobral.

Com uma marca em crescimento, já pode experimentar algumas receitas do chef sem sair de Cascais.

“Podem comer um bocadinho daquilo que é a filosofia da minha cozinha e da minha equipa no balcão da Esquina também na marina de Cascais,” convida o chef, acrescentando ainda que, em breve, irá abrir dois restaurantes na lota de Cascais.

Agora que já lhe passámos a receita do chef, aproveite para a colocar em prática. Recomendamos o peixe de uma banca local e, se pretende degustar novos sabores, visite o balcão do chef.

Receita de Arroz de Robalo, favas, abóbora e hortelã (10 pax)  

1,5kg | Lombos de Robalo
200gr | Cebola picada
5 dentes | Alho picado
300gr | Tomate fresco pelado em cubos
150gr | Favas escaldadas
150gr | Abóbora em cubos escaldados
1dl | Azeite virgem extra
5dl | Vinhagre vinho branco
700gr | Arroz carolino
q.b. | Sal grosso
q.b. | Louro
q.b. | Hortelã em folha

>Limpe o peixe e reserve os lombos de robalo. 

>Leve as cabeças e as espinhas a ferver durante 5 minutos, em 2 litros de água, uma cebola inteira e o vinho branco. Côa-se o caldo e reserva-se. 

>Num tacho, coloca-se 0,5 dl de azeite, junta-se o arroz e deixa-se estufar um pouco. 

>Molha-se o arroz com o caldo reservado e deixa-se ferver. No meio da cozedura, adiciona-se a cebola picada, o alho e o tomate em cubos; tempera-se de sal. 

>Temperam-se os lombos de robalo, e marque só do lado da pele num sauté em azeite. 

>Antes de terminar a cozedura do arroz, junte as favas, abobora e o peixe já marcado

CMC/FMC/GBD/BN

 

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