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Corkbrick: "Quando são os fãs a acelerar startups"

Startup de Cascais conquista o mundo

Se tem uma família numerosa decerto já se deparou com o problema, num qualquer fim de semana, como acomodar em casa os amigos dos seus filhos. Onde sentar as visitas quando faz uma festa lá em casa. Ou, se a sua casa ou escritório são pequenos, como é que vai ocupar o espaço de forma flexível e polivalente. Foi para dar resposta a estes e outros problemas com que nos deparamos todos os dias, quando queremos organizar um espaço familiar, profissional ou de lazer, que surgiu a Corkbrick.

Ao princípio, foi um desafio que Miguel Reynolds Brandão lançou à filha arquiteta Catarina Brandão, quando estavam à espera de um voo no aeroporto. A ideia surgiu em forma de blocos em cortiça, inspirada nas peças de lego que se encaixam de forma quase ilimitada, ao sabor das mentes mais criativas.

De Cascais para o mundo, a Corkbrick é um exemplo de como é possível transformar uma ideia de negócio local numa empresa global.

Corkbrick é um sistema de construção de blocos de cortiça que permite criar, por exemplo, uma cama mas que, com mais ou menos blocos, também pode ser um sofá ou um móvel. A ideia de “smart living” já convenceu executivos de topo da Google, da Cisco e da Lego a investir.

Miguel Brandão não só conseguiu passar da ideia à prática, como viu a sua startup “familiar” levantar voo para o mercado global. Ultrapassada a fase de produção com sucesso, a Corkbrick não consegue hoje dar vazão à imensa procura. Em pouco tempo, passou das 400 para 4000 as peças produzidas por dia.

Por isso o próximo passo é conseguir “acelerar a produção que responda à procura gigantesca”, referiu Miguel. Também na captação de investimento esta startup portuguesa é inovadora. A empresa tem recorrido à Seedrs, a maior plataforma europeia de equity crowdfunding, com o objetivo de angariar financiamento por parte de investidores em todo o mundo.

Só na primeira campanha realizada através da Seedrs, concluída em agosto de 2017, a Corkbrick atingiu o objetivo de captar 150 mil euros, numa ronda de financiamento em que entrou em overfunding e que atraiu mais de 240 investidores espalhados por 29 países. Na segunda campanha através da mesma plataforma, o objetivo foi captar mais 250 mil euros, em troca de 5% do seu capital, atribuindo à empresa uma avaliação de 4,75 milhões de euros.

“Estamos muito perto de atingir os 500 fãs e de, nesse sentido, criar a primeira empresa detida por fãs para construir estruturas e móveis dinâmicos sustentáveis. É um grande orgulho conseguir atrair o interesse de tantos investidores que nos permitem sonhar alto e levar a Corkbrick a todas as casas no mundo”, afirmou o fundador e Ceo da startup.

O empreendedor de Cascais faz uma analogia com o desporto rei: “ Já pensaram se aproveitássemos a energia das pessoas num estádio de futebol? E conseguíssemos capitalizar essa energia para desenvolver uma empresa cujo capital é detido por todos os fãs?”. Assim, enquanto investidores, todos podem participar no desenvolvimento do produto e nos lucros.

Não é por acaso que Miguel Reynolds Brandão é a imagem e o exemplo de um empreendedor inovador, preparado para os desafios do Séc. XXI. Para quem o empreendedorismo é uma missão, capaz de diminuir as desigualdades socias e económicas existentes, através da criação de oportunidades para todos.

Imparável! A Corkbrick foi uma das 20 startups portuguesas selecionadas para apresentar um “pitch” no palco principal da Web Summit. A maior convenção de empreendedorismo e tecnologia da Europa que está a decorrer entre 4 e 7 de novembro, em Lisboa. (PL)

 

Cascais Digital

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