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Conferências do Estoril 2015: A Desigualdade e o Crescimento Económico e a Relação entre Empresas e Sociedade

A quarta edição das Conferências do Estoril entrou no seu terceiro dia de debate à procura de soluções para combater a desigualdade social no mundo. A apresentação do novo “Estoril Institute for Global Dialogue” como uma evolução natural das Conferências do Estoril, virado para o diálogo global e a ação local, foi outro dos pontos altos desta manhã. Mas, foi Gunter Pauli, o mentor do conceito da “Economia Azul” que mais aplausos entusiastas recolheu de uma audiência emocionada com o seu novo modelo de negócios “fora da caixa”.

Com moderação de Nuno Mota Pinto, representante português no Banco Mundial, a desigualdade económica como problema global foi o tema do primeiro painel de quinta-feira, 21 de maio. Os oradores convidados: Chris Arnold, Ana Paula Lopes, Júlia Von Maltzan Pacheco e Lord Robert Skidelsky trouxeram as soluções locais para o diálogo para um Centro de Congressos de casa cheia.  

 

Este último trouxe a polémica para a mesa com a sua posição assumida contra a austeridade como solução para a crise. ““ A austeridade reduz a produtividade pelo que como medida contra a crise só causou miséria, sobretudo, nos jovens. Foi um fracasso de liderança e de criatividade da Europa”, afirmou   Lord Robert Skidelsky, professor da Universidade de Warwick e membro da Câmara dos Lordes. 

 

Chris Arnold colocou a tónica da resolução dos problemas gerados pela desigualdade na educação dos jovens dos quais “devemos assumir o papel de mentores e instiga-los a dar o máximo de si e a gerarem autoconfiança para ultrapassarem o desemprego e serem os promotores da mudança.” 

 

Já Ana Paula Lopes referiu que “a pobreza e a desigualdade social são um elemento determinante na deterioração da saúde mental e no aumento das dependências, designadamente o alcoolismo e que afetam toda a sociedade”. A Presidente do Centro de Dependência e Saúde Mental de Toronto defende a necessidade de se estabelecer parcerias sérias com os hospitais, as empresas, universidades e a comunidade, usando as novas tecnologias para lutar contra as desigualdades no acesso à saúde mental.”

  

O investimento na educação através da criação de um modelo mais atrativo para os jovens, baseado no uso das novas tecnologias que rompa com o modelo antigo da era industrial como medida que permita diminuir as desigualdades económica e social, foi defendido por Julia Von Maltzan Pacheco, vice-reitora da Fundação Getúlio Vargas, no Brasil. 

 

A solução para a desigualdade e muitos outros problemas globais que afetam a economia atual pode muito bem-estar no novo conceito de “Economia Azul” em oposição ao conceito “mainstream” de economia verde. Quem o defende é Gunter Pauli, o mentor de um novo modelo de negócios, radicalmente diferente baseado na inovação, competitividade, emprego e criação de valor. “ A economia dita verde e que todos defendem é cara, baseada em subsídios e taxas e na ideia de que é preciso cortar nos custos de produção. Essa não é a solução e leva à baixa de salários e à austeridade que conduz ao aumento da pobreza e da desigualdade.” refere Gunter Pauli que acrescenta: “ A economia azul parte da ideia de que o que é bom para o ambiente e para nós deve ser barato porque se parte do que já existe localmente”. Este é um modelo de negócio cuja tónica não é o custo do investimento, mas, a capacidade de gerar valor a longo prazo. Transformar pedra em papel sem o uso de árvores ou água, aproveitar os desperdícios do café, pescar sem rede de forma sustentada, devolvendo as fêmeas do peixe com ovas ao mar ou, ainda, tornar uma ilha espanhola dependente de subsídios e da importação de energia numa comunidade autossuficiente, trazendo valor e poder para os locais, são só alguns exemplos do que Gunter Pauli está a fazer no mundo para mudar mentalidades.    

 

Sobre as Conferências do Estoril - «Desafios Globais, Respostas Locais» | É, talvez, o maior evento  internacional bianual realizado em Portugal sobre os desafios da globalização. A organização deste evento é responsabilidade da Câmara Municipal de Cascais que conta com a colaboração de vários parceiros nacionais e internacionais pertencentes ao meio académico, institucional e empresarial. As Conferências do Estoril têm como objetivo criar um pólo de reflexão de nível internacional sobre os desafios da globalização, com particular atenção à relação entre os domínios global e local. Visam, ainda, afirmar Cascais, e Portugal, como ponto de encontro de algumas das mais conceituadas individualidades, organizações internacionais, universidades, centros de investigação e desenvolvimento, think tanks e organizações não-governamentais. As Conferências do Estoril incluem também a atribuição de dois prémios: o Estoril Global Issues Distinguished Book Prize, no valor de 10 mil euros à melhor publicação original sobre o tema das Conferências, e o Estoril Local Answers Award , no valor de 10 mil euros, ao projeto que melhor represente uma “Resposta Local” para um “Desafio Global”. 

 

  

 

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