Cascais tem mais encanto na hora da despedida

" Queria aproveitar para agradecer a todos, todos, todos, como disse o Papa Francisco, os muitos que estiveram envolvidos de forma ativa na Jornada Mundial da Juventude", afirmou Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, após a festa de despedida da JMJ, em Cascais, nos jardins do Casino Estoril. "Criou-se uma energia enorme que espero que se perpétue", acrescentou o autarca, referindo que o Papa Francisco, no avião, confessou aos jornalistas ter esta sido a melhor das jornadas em que ele participou. 

"Foi uma organização que nos orgulha enquanto portugueses e nós aqui em Cascais também demos o nosso contributo, um contibuto dado com alma", disse, ainda, Carlos Carreiras, reafirmando que "estamos todos, todos, todos de parabéns e fica a mensagem: nunca devemos desistir, fazer ouvir a nossa voz, mas no espírito de união", concluiu. 

Muita emoção na despedida daquele que foi o maior evento jamais realizado em Cascais. Foram dias intensos que vão ficar para sempre na lembrança de todos os que participaram nesta viagem de comunhão e partilha. Os jardins do Casino Estoril foram o local escolhido para fazer a despedida da Jornada Mundial da Juventude Cascais. Após um dia de intenso calor, a noite convidava à celebração de uma jornada que está muito longe de acabar no coração de todos aqueles que participaram: peregrinos, voluntários, famílias de acolhimento e toda a comunidade cascalense que respondeu de forma ímpar a mais este grande desafio.

Quando os primeiros acordes da Orquestra Maré do Amanhã se ouviram, já se sabia que esta iria ser uma noite intensa porque as emoções ainda estavam à flor da pele.

Criado em agosto de 2010, o Projeto Orquestra Maré do Amanhã ensina música clássica a crianças e adolescentes de uma das mais violentas favelas do Rio de Janeiro, transformando vidas através da música. Cerca de 4.000 crianças, adolescentes e jovens já foram ajudados e inspirados pelo projeto Orquestra Maré do Amanhã. É com dedicação e vontade de fazer a diferença interna e externamente que a OMA trilha um caminho de sucesso, mostrando que a música pode transformar vidas.

A OMA completa 13 anos e esta participação no Festival JMJ Cascais, na semana do seu aniversário, revelou-se uma comemoração muito especial. A Orquestra cativou de imediato o público e fortes aplausos se ouviram em toda  a atuação destes talentosos jovens da Maré, mostrando como o amor, convertido em música, é um dos mais poderosos instrumentos de transformação.

Seguiu-se um momento igualmente intenso e emocionante, com a subida ao palco do recém formado grupo de jovens bailarinas ucranianas. Com o nome "Homeless Happiness", o grupo com bailarinas dos 5 aos 18 anos fez, esta noite a sua estreia na festa de despedida da JMJ, em Cascais. Foi um grito de alerta para a situação de milhões de crianças ucranianas que perderam o lar e a família durante o conflito. É a voz dessas crianças que os Homeless Happiness quer representar através da arte e da dança. 

Mas, a noite ainda estava a começar, quando a energia contagiante dos D.A.M.A. fez saltar os muitos que aguardavam  a atuação de uma das bandas mais populares do país. Recentemente, em 2022, a banda celebrou 10 anos de carreira e mostrou porque é que que êxitos como "Luísa’, ‘Balada do Desajeitado", "Às vezes", ou mais recentemente, "Não Dá", "Oquelávai" e "Era Eu" não param de encantar os fãs de todas as idades. E a própria sigla que deu origem ao nome da banda "Deixa-me Aclarar-te a Mente Amigo", não podia estar mais em sintonia com o espírito que inundou Cascais nesta JMJ 2023.

Francisco Pereira, mais conhecido como Kasha, Miguel Coimbra e Miguel Cristovinho gostam de arriscar e, para celebrarem os 10 anos de carreira, misturaram o tradicional ( cante alentejano) com a sua própria sonoridade moderna. Um dos momentos altos do concerto, com todos a cantar a uma só voz a música que celebbra a nossa cultura. A cultura portuguesa foi, aliás, uma constante do Festival JMJ Cascais que uniu pessoas de todo o mundopela linguagem universal da música. Nesta despedida não podia ter sido diferente.