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Biorresíduos dão eletricidade a 15 mil pessoas
Numa cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, do presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras e representantes das autarquias de Mafra, Oeiras e Sintra, parceiros de Cascais na configuração acionista da empresa, foi inaugurada oficialmente - uma vez que já há cerca de um ano funcionava em regime experimental - a nova unidade de separação ótica e automática de biorresíduos que serve os municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra.
O vice-presidente da autarquia de Cascais, Nuno Piteira Lopes lembraria que só a aposta estratégica dos quatro municípios, "conseguiu dar a volta à empresa transformando a unidade industrial", que vivia em situação de pré-colapso financeiro, "numa estação pioneira no tratamento de biorresíduos", fazendo com que aquela unidade "passasse de passivo a ativo para as quatro autarquias".
Nuno Soares, presidente da Tratolixo, falou desta nova unidade de tratamento mecânico, que duplicou a sua capacidade de resíduos, de 150 mil toneladas ano para 300 mil toneladas ano, reduzindo “a zero por cento o envio de resíduos diretos para aterro”, permitindo também “fazer a separação ótica e automática dos biorresíduos”, que, nas casas dos munícipes das quatro autarquias, são depositados em sacos verdes, fornecidos gratuitamente. Esta é, como referiria Nuno Soares, "uma prática absolutamente diferenciadora do resto do país”. O responsável pela empresa acrescentaria que esta nova unidade permite separar essa fração de biorresíduos - a “que mais peso tem no indiferenciado, quase 50%” -, permitindo que, depois de separada, seja possível tratá-la, “produzindo um composto integralmente utilizado na agricultura e também um biogás que é convertido em energia elétrica” na central de digestão anaeróbia da Tratolixo. Esta energia é, por sua vez, “injetada continuamente na rede, 24 horas por dia, permitindo, já hoje, abastecer em contínuo cerca de 15 mil pessoas”, disse.
O secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa lembraria que, através do pacote financeiro do Portugal 2030, este tipo de investimentos dispõe de um apoio de 400 milhões de euros.
CMC/HC/BN/LB