Arquiteto Filipe Nobre Figueiredo homenageado em Cascais

Cascais prestou esta sexta-feira uma justa homenagem a um dos mais destacados “filhos da terra”. A rotunda, mesmo no coração da Vila, entre a Rua Visconde da Luz e a Avenida Valbom, tem a partir de hoje o nome do arquiteto Filipe Nobre de Figueiredo.

"Hoje é um dia de celebração e de homenagem de uma figura incontornável de Cascais, na sua dimensão como arquiteto, mas também como humanista, envolvido com o associativismo. Filipe Nobre de Figueiredo não só fundou o Clube Naval de Cascais, como a sua obra marcou a identidade de Cascais com alguns dos seus edifícios mais icónicos e as suas preocupações urbanísticas", refereriu Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais.

O reputado arquiteto cascalense conta com inúmeras obras emblemáticas no seu currículo, não só em Cascais, como um pouco por todo o país. No concelho que o viu nascer, o Edifício Cruzeiro no Monte Estoril, recentemente requalificado e que é hoje a Academia de artes, é dos mais icónicos que faz parte da identidade do Estoril. O Projeto Geral de arquitetura do edifício do novo Casino do Estoril, em conjunto com o José Almeida Segurado, é outra das suas obras de referência, assim como uma grande parte dos edifícios da baixa de Cascais.

Trabalhou gratuitamente no projeto da Praça de Touros de Cascais elaborado a pedido da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, à época a 2ª maior arena do mundo.  Foi também sócio fundador do Clube Naval de Cascais, tendo concebido o logotipo: dois cavalos-marinhos amarelos sobre fundo azul-escuro.

" A toponímia tem a grande função de perpetuar a memória de grandes homens", afirmou Pedro Morais Soares, presidente da Junta de Freguesia Cascais Estoril, acrescentando que " Este é um dos locais mais centrais de Cascais e muito perto da rua que o viu nascer e onde desenvolveu muitos dos seus projetos, por isso o sítio ideal para homenagear um grande cascalense"

Na cerimónia, para além do vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz e do presidente da Junta de Freguesia de Cascais e Estoril, Dr. Pedro Morais Soares, esteve também presente, entre outras individualidades, António Pinto da Costa, sobrinho do homenageado, assim como demais elementos da família mais próxima, visto que Filipe Nobre Figueiredo não deixou descendência. 

" A ligação do meu tio a Cascais foi um fio condutor na sua vida", destacou António Pinto da Costa, confessando a enorme influência que Filipe Nobre Figueiredo teve na sua família e junto de seus amigos de todos os quadrantes sociais. " Dois dos seus melhores amigos eram um pescador e um faroleiro. O meu tio dava muito importância à sabedoria popular", afirmou António Pinto da Costa para quem o tio, para além de um grande arquiteto, era, sobretudo, um humanista que gostava de ajudar as pessoas com quem se cruzava.

De Filipe Nobre Figueiredo lembrou, ainda, as suas preocupações urbanísticas com a "linha" de Cacsais a Lisboa, afirmando com frequência que "um erro nesta linha da Costa tem muito mais impacto do que em qualquer outra área". 

Na baixa de Cascais, onde agora o seu nome se destaca num dos locais mais movimentados da Vila, Filipe Nobre Figueiredo deu uma dimensão "à escala humana" com os prédios baixos de dois andares que a caracterizam.