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A Segurança Humana debatida em Painel Plenário nas Conferências do Estoril
O Reitor da Faculdade de Humanidades da Universidade Hebraica de Jerusalém, Reuven Amitai afirmou dia 3 nas Conferências do EStoril que “o avanço da tecnologia pode ser utilizada para combater o terrorismo mas também pode impedir o advento dos direitos humanos”.
Lançado o debate, Luís Fraga, Presidente do World Stability Observatory, defendeu que a segurança humana está dependente da qualidade dos políticos: “A gestão política depende da elite política. Digam-me quais são os mecanismos e quais são os vossos políticos e eu dir-vos-ei qual é o nível de segurança que o vosso país terá.”
Para o ex-Senador de Espanha “as Nações Unidas não têm força suficiente para resolver todas as questões. Não há eficácia das resoluções, pelo que algo tem de mudar.”
Gabrielle Jacobs, Diretora do Composite Project e psicóloga organizacional, realçou que a interligação entre as várias forças policiais nacionais é insuficiente e obsoleta: “O crime é internacional mas as forças policiais não são.” Reforçou ainda que “Precisamos de ser frios quando pensamos na forma como a humanidade deve enfrentar os atuais desafios.”
Já Helena Rego, Diretora do Serviço de Informações da República Portuguesa, defendeu que “analisamos o mundo com conceitos do passado que precisam de ser desconstruídos.” Lançou ainda para o debate a pergunta “Qual é o maior perigo – seremos nós próprios o nosso maior perigo?”
O Vice- Presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, António Rebelo de Sousa, realçou a relação entre a segurança humana e o índice de desenvolvimento humano. Os problemas sistémicos da economia mundial que hoje enfrentamos, diz o Economista, têm um efeito direto na segurança: “Acredito numa quarta revolução industrial, envolvendo o sector da saúde e da energia.”
A terminar o painel, Mariana Van Zeller, que atualmente colabora com a National Geographic sustentou que “A paz não é a simples ausência da guerra. A paz existe quando a maioria da população mundial tem acesso a recursos que lhes permitam levar uma vida digna e decente. Se ao invés de construir estruturas militares utilizássemos os recursos para as necessidades básicas do ser humano e para a educação, a segurança humana estaria assegurada.”
A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).