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Lech Walesa: “Duvido que o atual capitalismo sobreviva a este século”
O ex-Presidente da Polónia, Lech Walesa, disse ontem, dia 2 de maio, duvidar que “o atual capitalismo sobreviva a este século”. O também Prémio Nobel da Paz de 1983 esteve no encerramento do terceiro dia das Conferências do Estoril 2013 para debater “O Futuro da Globalização”.
Lech Walesa esteve em várias manifestações anti-capitalistas durante o último ano e afirma que é preciso uma reforma. “Ninguém no seu devido juízo põe em causa a economia de mercado ou a propriedade privada. As pedras basilares do sistema capitalista podem ser mantidas, mas tudo o resto deve ser debatido. Deve-se ouvir quem protestou e fazer uma reforma”, defendeu.
Apesar de ter sido líder de várias greves quando a Polónia estava sob o regime comunista, Lech Walesa afirma que agora estamos numa “nova era que exige organizações e estruturas completamente diferentes”. “Na ditadura a greve era a única solução”, afirma Walesa, mas agora “cabe-nos a nós chegar a um consenso de como introduzir as reformas e medidas necessárias através do debate, para escolher as melhores opções para o desenvolvimento do futuro”.
Sobre o Projeto Europeu e a Globalização, o antigo Presidente da Polónia acredita que “temos que alargar as estruturas de organização”. “Em que medida deve haver uma União? Certamente não em todos os aspetos, mas nos aspetos fulcrais, que favorecem o bem-estar e o progresso”. Já a nível global, para Lech Walesa, construir um mundo melhor para o futuro significa acreditar que pode ser construído na base dos valores. “O mundo poderá evoluir muito mais se nos basearmos apenas nas liberdades”.
A moderar a Conferência esteve o ex-Secretário-Geral da UGT, João Proença. “A Europa tem que voltar a ser a Europa do progresso económico e social”, disse.
A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).