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Christopher Pissarides defende mercado laboral mais flexível no Sul da Europa
O Prémio Nobel da Economia em 2010, Christopher Pissarides, defendeu hoje que “o mercado laboral tem que ser mais flexível no Sul da Europa”. “Para garantir um emprego seguro é necessário que o mercado laboral apoie novas oportunidades e uma maior rotatividade da mão-de-obra”, afirmou o cipriota, durante as Conferências do Estoril 2013.
Numa Conferência em que falou de Crescimento e Emprego, uma Agenda para a Europa, Christopher Pissarides frisou que são precisas mais políticas de Crescimento e Emprego a nível Europeu. “Das duas uma: ou colocamos um ponto final na moeda única ou as principais potências europeias devem envidar todos os esforços para criar políticas que promovam o Crescimento e o Emprego”. Para o Nobel da Economia, “o mais premente é criar uma União Bancária e depois uma União Fiscal”. “Sem estas duas vertentes a moeda única não irá funcionar nem criar crescimento e emprego. Se os países não estão dispostos a isto, então significa que não estão dispostos a aceitar a moeda única”, concluiu.
Ainda sobre o tema do Mercado Laboral, em que é especialista, Pissarides defendeu que é melhor sacrificar a produtividade para ter ganhos ao nível do emprego. “O desemprego provoca problemas no futuro, sobretudo o de longa duração. Não nos devemos preocupar com a quebra de produtividade porque a recuperação será mais rápida quando a recessão terminar”. Para aumentar a produtividade é necessário que o mercado laboral seja dinâmico e se adapte às mudanças estruturais.
Pissarides adiantou ainda que “os sectores que podem criar emprego na Europa são: a saúde, educação, comércio, retalho, hotéis, catering e depois venda e manutenção de automóveis”.
“É preciso pensar nas empresas porque são elas que criam emprego. Existem políticas com êxito como por exemplo subsídios para a criação de emprego, subsídios aos grupos de rendimentos mais baixos e subsídios para as chamadas start-up”, afirmou o Nobel da Economia, que insistiu durante toda a Conferência em mais flexibilidade para o mercado laboral nos países do Sul da Europa.
Apesar da tónica posta na flexibilidade laboral, Pissarides alertou que não pode ser demasiada para “não haver abusos”. “A flexisegurança ajudará a criar condições para o crescimento da criação de emprego e para uma economia mais dinâmica”, acredita.