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"A Música é comunhão, é como uma missa"

Rui Veloso arrebatou o primeiro dia das Festas do Mar

"A música une as pessoas, é comunhão, toda a gente a cantar a mesma canção, sem diferenças, sem credos, nem partidos, nem clubes. É como uma missa. Fico sempre extasiado quando isso acontece em redor das minhas canções", foram as palavras de Rui Veloso, momentos depois de descer do palco na Baía de Cascais, para mais uma noite inesquecível nas Festas do Mar. "Agora porque é que isso acontece nas minhas canções, não sei explicar, nem fiz nada por isso. Nunca ia imaginar que estaria aqui passado este tempo todo", confessou o pai do rock português quando lhe perguntámos o que sentia ao ouvir o público de todas as gerações a entoar as suas músicas do princípio ao fim. 

São mais de 40 anos de canções que "já não me pertencem, são dos pais, dos filhos, dos netos, do público", garante Rui Veloso que protagonizou o "boom" do Rock português nos anos 80 do século passado. E foi com um mar de gente a cantar clássicos como "Chico Fininho", "Porto Covo", " Lado Lunar" e tantas outras, que ficam na história da música portuguesa e que passam de geração em geração como se "fossem imortais", disse o músico emocionado. A terminar o concerto, só o Rui Veloso em palco com o seu coro e as vozes que o acompanharam durante todo o concerto, muitos milhares de vozes, as vozes que tornam as canções imortais. 

Afonso Dubraz é um dos mais talentosos cantautores emergentes no panorama musical português e coube-lhe a tarefa de inaugurar o palco principal das Festas do Mar, no primeiro concerto na Baía de Cascais.

O entardecer junto ao Atlântico foi o cenário perfeito para a habilidade ímpar de Afonso Dubraz contar histórias através das suas canções. o artista apanhou desprevenido o público mais desatento que ainda não conhecia as suas letras profundas e melodias certeiras. Como em qualquer concerto de rua, as pessoas foram chegando e ficando, agarradas às melodias de "Barulho de Fundo", o seu álbum de estreia. Os recém-chegados ao mundo de Dubraz deixaram-se, assim, surpreender e emocionar, justificando porque Afonso Dubraz é um dos mais promissores músicos nacionais.

"Foi uma honra estar aqui neste grande palco das Festas do Mar e uma grande responsabilidade por saber que Rui Veloso vai estar aqui a seguir. Ainda estou nervoso", confessou-nos Afonso Dubaz depois do concerto que aqueceu esta noite ventosa de agosto. Na fila da frente muitos fãs, de todas as idades, trouxeram cartazes de apoio ao músico. Foi com a música "Marido e Mulher" que se começaram a ouvir as primeiras vozes a acompanhar o cantautor. 

Quem, aparentemente, deixou os nervos em casa foi a estreante do Palco Sagres, junto à Cidadela de Cascais, reservado para dar voz aos jovens artistas emergentes do panorama musical português. Sara Megre ficou conhecida por ser semifinalista do concurso televisivo "Got Talent Portugal", e, desde, aí não parou mais de compor e escrever canções com as quais é fácil as pessoas identificarem-se. Com uma segurança e á vontade no palco e uma capacidade vocal extraordinária, Sara conquistou o público cascalense de imediato. Momentos muito poéticos num entardecer fantástico, como aqueles em que o pai da artista subiu ao palco para a acompanhar ao piano. E, ainda, quando o companheiro da vida e da música, Luís Braz Teixeira, subiu ao palco para, em dueto com Sara, apresentarem o inédito " Sem Outra Intenção", um tema escrito especialmente para ser apresentado em Cascais. O público gostou e retribuiu com fortes aplausos, sendo que o Palco Sagres tem vindo a ganhar cada vez mais audiência, este ano enquadrado por um espaço dedicado aos mais jovens, com artesanato, petiscos e muito mais.  

 

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