CONTACTOS
Fale connosco
800 203 186
Em rede

Está aqui

IEFP premeia autarquia por emprego inclusivo

O prémio “Marca Empregadora Inclusiva” é atribuído de dois em dois anos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. Este ano, na 4ª edição, Cascais foi o premiado.

Não há relações de proporcionalidade quando falamos de dignidade. Podem ser desproporcionadas as competências, as capacidades das pessoas, o rendimento no trabalho, mas a dignidade é igual. Ora, é este o princípio que é também distinguido neste prémio, o reconhecimento de que, independentemente das competências, das funções, do trabalho quer em quantidade quer em qualidade, as pessoas são tratadas com a mesma dignidade.

O João, por exemplo – (por respeito ao nome e à imagem, outro dos princípios inalienáveis, no texto não usamos o nome verdadeiro quando nos referimos a este trabalhador portador de deficiência) - entrou na Câmara de Cascais no âmbito de um programa específico, destinado a gente com deficiência. “É um regime semelhante ao contrato a termo, que pode ter a duração de três ou mais anos” explica a diretora de Recursos Humanos da Câmara Municipal de Cascais, Maria de Fátima Almeida. “O que verdadeiramente importa”, precisa Fátima Almeida, “é que, na sequência desta entrada temporária do João, num local de trabalho da autarquia, por via desta quota, ele teve um período de aquisição de competência que lhe permitiram, mais tarde, pese embora a deficiência, cumprir aquelas tarefas para as quais foi contratado e ser tratado em pé de igualdade com os demais”.

Não é por cumprimento de uma quota que o João ocupa aquele lugar neste momento, é porque tem competências para o fazer e, por isso, recorda Fátima Almeida, “quando foi aberto um concurso, por necessidade de trabalhadores naquela área”, o João, assim como alguns outros, concorreram fora da quota destinada a deficientes “entraram, e isso enche-nos de orgulho”, confessa.

Fátima Almeida explica que “é fundamental a atitude perante a diferença”, um gesto cultural que a prática ajuda a inculcar em todos. “A atitude dos colegas de trabalho que se cruzam e interagem com estes trabalhadores é determinante”, acrescenta Luísa Andrade, chefe de Divisão e uma das responsáveis pela candidatura ao prémio agora atribuído.

Uma atitude que a própria autarquia deve cultivar, explica Fátima Almeida: “Quando por razões de acidente ou doença, a dificuldade de mobilidade ou outra qualquer incapacidade”, mais ou menos permanente, “acontece nos trabalhadores da autarquia, acompanhamos as pessoas, implementamos os ajustamentos necessários às condições de trabalho” de forma a promover as condições para a reintegração socio-funcional.

No documento de candidatura refere-se que o Município de Cascais integrou 55 pessoas no âmbito de parcerias com instituições de especialidade como CERCICA, CRID, ARIA, Novamente, AFID, ADEB, APSA, entre outras, desenvolvendo com estas uma estratégia e uma intervenção inclusiva, tendo como missão desenvolver uma cultura de diversidade e inclusão, onde todas as pessoas possam participar ativamente, com respeito pela sua individualidade, e concretizar o seu direito de acesso ao trabalho.

Foram exemplo destes, recorda Luísa Andrade, que “nos levaram a apresentar esta candidatura”. Consta do documento de candidatura que “o trabalho de proximidade com pessoas portadoras de deficiência é um dos pilares fundamentais da Autarquia, sendo que, através de parcerias com instituições e organizações especialistas nas diferentes áreas de inclusão social, promove atividades desportivas, atividades de enriquecimento de competências pessoais e profissionais, políticas de implementação de acessibilidades, entre outras”.

Quer Maria de Fátima Almeida, quer Luísa Andrade destacam a atitude dos profissionais e chefias dos serviços que recebem trabalhadores com deficiência: “Respeitam as diferenças, diz Fátima Almeida, “é uma questão de atitude”, reforça Luísa Andrade.

O júri da Marca Entidade Empregadora Inclusiva decidiu, na sua reunião de 12 de julho, atribuir a Cascais o prémio, pela sua política inclusiva.

Num total de 2348 trabalhadores, 132 são pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade e, no decorrer dos anos 2021-2022, de 1242 trabalhadores que tiveram progressão profissional, 81 foram trabalhadores portadores de deficiência e incapacidade.

Cascais, refere-se no documento de candidatura, “foi pioneira em Portugal, no acesso gratuito e universal a uma rede de transporte público adaptado, bem como na construção de uma rede de ciclovias com mais de 90 Km, dando o primeiro passo na mudança do paradigma da acessibilidade universal e da sustentabilidade. Ao nível do acesso à habitação social, todos os residentes com mobilidade condicionada têm acesso a obras de adaptação quer no interior do imóvel quer ao acesso ao espaço exterior/serviços da comunidade”.

CMC/HC/AG

Cascais Digital

my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0