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A celebração da portugalidade no terceiro dia das Festas do Mar

De Coimbra para Cascais a música portuguesa está viva e recomenda-se!

Os Quatro e Meia e Beatriz Rosário conquistaram tudo e todos, este sábado, o terceiro dia das Festas do Mar. Se um dos grandes objetivos do Festival de Cascais é dar palco à melhor música que se faz em Portugal, a missão foi plenamente cumprida. Atuações arrojadas, a demostrar que é possível reinventar a música tradicional portuguesa pela mão da nova geração de artistas. Ivo Palitos no Palco Cascais celebrou a beleza da simplicidade de um cantautor com a sua viola a cantar estórias da vida. 

A reinvenção da música tradicional portuguesa pel’Os Quatro e Meia

Este sábado, Os Quatro e Meia trocaram o Mondego pela Baía de Cascais e na bagagem trouxeram muita inspiração pop, mas também influências tão diferentes como do fado ao cante alentejano. O grupo é formado por seis elementos: Tiago Nogueira (voz e guitarra); Ricardo Almeida (voz e guitarra); Mário Ferreira (acordeão, teclas e coros); Pedro Figueiredo (bateria); João Cristóvão (violino) e Rui Marques (baixo e contrabaixo). Todos eles com origens musicais distintas que conjugam na perfeição, trazendo uma nova roupagem à música tradicional portuguesa.

Reinventam, com um olhar descontraído e bem-disposto, músicas antigas, como as popularizadas pela Amália Rodrigues, o José Afonso ou o António Variações. Mas, também muitos originais já consagrados pelo público. Para o concerto de Cascais trouxeram temas que têm vindo a marcar a sua carreira, como “Minha Mãe Está Sempre Certa”, “Não Respondo Por Mim” ou “Pontos nos Is”. Este último, quando foi lançado entrou diretamente para o primeiro lugar no top nacional de vendas. “A Terra Gira”, “Canção do Metro” e “Bom Rapaz” fizeram vibrar o público que surpreendeu a banda ao cantarem do princípio ao fim os temas mais ou menos conhecidos. 

“As Festas do Mar são um bom exemplo de como apoiar os músicos e a música portuguesa”, afirmou Tiago Nogueira que de imediato foi brindado com uma enorme salva de palmas do público.Os seis músicos não se pouparam a esforços para retribuir o carinho e o entusiasmo com que estavam a ser recebidos. E mesmo na apresentação de canções novas, como “Na Escola”, a integrar o EP a ser lançado brevemente, o público não deixou de acompanhar a banda: Irrequieta a plateia cantava, ora batia palmas, ora erguia os braços e  depressa apanhou a letra do novo tema. Talvez porque fala no eterno mistério que “não se aprende na escola e tanto faz os homens sofrer": “ O que é que pensam as mulheres?”. 

“Somos um bocadinho bipolares a fazer música, ora a sério, ora a brincar”, ironizou Ricardo Almeida. Mas, brincadeiras à parte, Os Quatro e Meia vieram a Cascais demonstrar que são um caso bem sério no panorama musical português. 

Não “Ficamos por aqui” com Beatriz Rosário e o público concordou

Não é por acaso que Beatriz Rosário é considerada a nova promessa do mundo da música em Portugal, que está a revolucionar a forma como se olha para o Fado. Foi dela o primeiro concerto no palco principal da Baía este sábado, e foi dela o público que surpreendeu com a potente voz de fadista, a postura de estrela pop e a maturidade em palco muito para além dos seus 23 anos de idade.

Beatriz Rosário, tal como Os Quatro e Meia, é natural de Coimbra, mas mudou-se para Lisboa com o sonho de delinear uma carreira no Mundo da Música. Ainda este ano lançou o seu primeiro single, “Ficamos Por Aqui”, e o segundo, “Obras de Deus”, tendo logo conseguido colaborações de peso de artistas como Ivo Lucas e Agir.

Apesar de muito jovem conseguiu entrada no difícil mundo artístico por mérito próprio, ou não fosse seu o lema de “sermos nós próprios e nunca termos medo de nada”. E deixou isso bem claro no palco da Baía de Cascais. Desde a primeira música que o público foi conquistado pelo olhar fresco com que interpreta clássicos, explorando novas sonoridades, mas sempre com o Fado no coração, porque não é fadista quem quer, é quem nasce com ele no peito.

“Rosário” o seu primeiro EP é dedicado à avó a quem “roubou “o nome. Foi ela que lhe ensinou a cantar o fado e lhe mostrou a música portuguesa. Um trabalho sem preconceitos que funde o fado, pop e música urbana.

Primeiro estranha-se, depois entranha-se, podíamos dizer de Beatriz Rosário que afoita pega em canções icónicas como a “Canção do Mar” de Dulce Pontes ou “Aventura dos Sentidos” de António Variações e lhes imprimiu a sua verdade, porque para Beatriz Rosário a música “não tem barreiras nem fronteiras”.

Se foi no fado que tudo começou, é no fado que bate mais forte o coração de Beatriz. “Estranha Forma de Vida” de Amália Rodrigues emocionou o público, rendido àquela “estranha forma de ser” genuína, talentosa e única. 

Seria com os temas “Tarde demais”, composto a meias com Kasha dos D.A.M.A., “Ficamos por aqui” e “O que é feito de ti” que o público se rendeu a mais um grande espetáculo nas Festas do Mar.

Ivo Palitos: a poesia da simplicidade no Palco Cascais

Um cantautor, sua viola e a mestria das palavras ditas para serem cantadas. Ivo Palitos pegou em algumas canções que tinha “lá por casa” escritas a propósito de tudo e de nada, e decidiu brindar o público com elas.

Um espetáculo puro, de uma simplicidade que só se encontra na boa música e na poesia mais inspirada. Onde não faltou uma homenagem a Zeca Afonso, uma dedicatória a um dos filhos do artista – Docas, e histórias que fazem parte da vida de Ivo Palitos, seja porque adormeceu na camioneta e foi ter a outro destino, ou porque se apaixonou por uma mulher, desde que acima de tudo “Falemos de Amor”.

No final, não deixou de referir a importância destes “pequenos” palcos onde todos têm oportunidade de mostrar o que estão a fazer, já que é “cada vez mais difícil entrar no circuito das rádios e com o fim dos antigos programas de divulgação musical na televisão”. Ainda que hoje os artistas tenham fácil acesso a grandes audiências com as redes sociais, “não há nada como tocar ao vivo, com o público à frente”, referiu Ivo Palitos.

CMC | PL | PR | CB | Fotografia: ©JorgeMartin/CMC

 

 

Cascais Digital

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